quarta-feira, 30 de junho de 2010

Isto e Aquilo II

Dois dados interessantes de notícias da internet:

Item 1:

A iminência de um acidente envolvendo um Airbus da TAM que fazia a rota Brasília-São Paulo e um Bandeirante de propriedade privada na última quinta-feira, dia 24, não foi o primeiro incidente de quase colisão de aeronaves registrado em 2010.

Conforme os dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), apenas até maio, foram registradas 77 ocorrências de quase colisão no Brasil. Em 2009, durante todo o ano, foram 173 relatórios informando esse tipo de incidente.

Segundo contou uma fonte do governo, o alto número de ocorrências de quase colisão é acompanhado de perto pelo comando da Força Aérea Brasileira (FAB), que já enxerga um aumento desses casos em 2010.

As ocorrências registradas nos primeiros cinco meses do ano já correspondem a 44,5% de todos os registros de 2009. Casos como o de uma ave na turbina, ou uma aeronave que teve de arremeter por conta de outra que estava taxiando na pista também são considerados quase colisão.



Item 2:

http://www2.uol.com.br/vyaestelar/depressao_no_trabalho.htm

Uma profissional anônima dirigiu uma pergunta com a qual identificava-me parcialmente. Uma pergunta importante, que faz alusão a diversas pessoas, em diversas atividades.

A mulher perguntou o seguinte:

"A empresa em que trabalho me traz vários benefícios, mas sofro de depressão crônica por trabalhar lá. O que faço?

Tenho 27 anos, trabalho há 12 numa empresa na linha de montagem. Entrei lá e nem sabia o que ia fazer, mas meu pai que trabalhou lá a vida toda me incentivou. Afinal, é uma multinacional e tem muitos benefícios. Enfim, fiz engenharia ambiental, me arrependi, tenho diversos cursos, mas não consigo me imaginar trabalhando com esses assuntos, talvez por não ter sido uma funcionária "desejável" - durante um árduo tempo de depressão, fiquei rotulada como "má funcionária". Já ouvi do meu chefe que não me queria no seu setor, que nenhum grupo de trabalho me queria.

Isto só aumentou minha insatisfação. Às vezes penso que deveria ter aceitado o pedido de afastamento do meu psquiatra e não ter atrapalhado ninguém, mas sentia medo de me queimar. Afinal, depressão é frescura pra muita gente, ouvi muito isso: "bonita, ganha bem... com depressão?"

Enfim, a infelicidade profissional invadiu minha vida em todos setores, me sinto inutil, burra e acho perda de tempo estudar novamente porque sou incompetente, estes pensamentos acontecem 24 horas. Não consigo acordar pra trabalhar, às vezes tento me imaginar com 15 anos e me perguntar se entraria lá novamente e se o melhor não seria começar de novo. Mas agora tem as contas para pagar...

Minha vida perdeu o sentido. Vivo desmotivada e sem entusiasmo até pra sair pra uma balada, me acho feia (apesar de ouvir todo dia que sou uma gata), desmerecedora, fracassada. Mas o pior de tudo isso é que não sei no que sou boa, a minha vocação, se soubesse, tenho certeza que correria atrás e teria coragem de pedir demissão, mas não consigo descobrir, pesquiso muito o mercado, as profissões... Às vezes penso em me afastar por um tempo e tentar recuperar a vontade de viver, mas tenho muito medo do que vão falar. Eu sei que você não vai resolver meu problema, mas gostaria de ouvir um conselho seu, pois gosto de buscar ajuda de bons profissionais."


Uma das respostas foi bastante lógica:


"Dói saber de histórias como a sua e dói mais saber que ainda são tão comuns em tempos de listas e mais listas de "melhores empresas para se trabalhar", incluindo a sua função.

Sua depressão pode ser causa e consequência dos problemas que você relata e ao invés de ser "queimada", você deveria ser indenizada e readaptada para ter uma vida produtiva e fonte de realização pelo trabalho, como deveria ser para todos. Dito isso, queria compartilhar algumas ideias para sua reflexão.

Primeiro, a vida é muito mais do que o trabalho, e mais ainda, o trabalho em uma empresa como essa em que você trabalha -- recuperar a vontade de viver é premissa para qualquer outra ação que se pretenda adotar pela frente. Depressão não é frescura, é uma doença que geralmente tem cura e você deve se tratar. Então faça o que precisar, sem se preocupar por uma vez em sua vida com "o que os outros vão pensar", pois esses não parecem se preocupar com o que você vai pensar e sentir, quando tratam-na como o fazem, não é mesmo?

Segundo, considere que mudar uma reputação ou um rótulo que lhe atribuíram -- justa ou injustamente -- ao longo de 12 anos, não será fácil. Então, considere dar a si mesma a chance de um novo começo, livre de sombras do passado, muitas das quais você não consegue mais controlar. No tempo que você der um tempo a você, procure um serviço de psicologia em uma universidade e se inscreva para fazer um estudo vocacional para encontrar sua vocação e focar toda sua energia para sua nova carreira, qualquer que seja ela.

Em sua idade, você tem muitas opções de carreiras, você tem tempo para escolher, errar e escolher novamente, pois o que virá pela frente, não podemos saber. Porém, o passo mais importante é reconhecer que repetir seu passado e presente, por mais 12 anos nesta empresa de "muitos benefícios", não trará mudanças que espera para sua vida. É hora de recomeço e de construir um futuro diferente. Boa sorte!"


Minha resposta é que não vejo problema algum. O fato de ser profissional há 12 anos em uma atividade e, mesmo com as eventuais rusgas, continuar em função denota uma capacidade específica. Claro que a paciência de qualquer pessoa se esvai e há seus momentos de "solidão" profissional. Isso é característica de muitos líderes. As pessoas prestam atenção em você. Você pode assumir uma posição vantajosa defendendo o interesse do investimento já realizado sobre sua pessoa, como profissional da empresa à qual, acredite ou não, você compõe uma espécie de "capital social" da empresa. A mensuração desse capital social corresponde à sua capacidade prática de interligar conhecimento próprio em favor do crescimento da empresa. Isso constitui um "ativo" da empresa. E somente você poderá negociá-lo, ninguém mais. É a relação de poder mais específica que pode existir entre o particular e a sociedade: você somente poderá produzir de modo pleno ocupando a posição que favoreça à empresa o melhor aproveitamento de seu recurso humano, inserindo-o nos setores de planejamento, assessoramento ou atividades voltados à dinâmica necessária pra prover o melhor de seu esforço vital em benefício de cada investimento "agregado" ao seu CPF.

Entretanto, é importante considerar que enquanto você "agrega" o poder que advém de seu conhecimento, pessoas manifestar-se-ão contra sua personalidade por consequência. Trata-se de uma espécie de "mensuração", onde aventureiros buscam notoriedade afetando de algum modo sua credibilidade. Descreva com sobriedade os "atos solertes" como fundamentos para defernder-se e defenda-se! O corriqueiro nas empresas é que o setor de RH acredite que possa fazer o que entenda, assegurando-se do pantanoso terreno da discricionariedade. O conselho é a parte apta a receber as sugestões de quaisquer manifestações oportunas e agirá com maior "embasamento". Lembre-se de Sun Tzu, que dizia: "Seja como a água". Tome a forma do relevo e posicione-se de modo favorável aos interesses da empresa, não necessariamente de seus superiores. Mantenha investidores informados de sua situação. Certamente há pessoas que apreciarão de modo coerente. Estabeleça alianças.
Toda pessoa compõe-se de dois lobos: um profissional e um lado pessoal. Busque conciliar tempo qualitativo para cada atividade. Isso assegurará seu melhor discernimento, dará tranquilidade de buscar um ambiente apropriado.
Não terceirize seus esforços a ninguém. Apenas você realiza sua produção profissional.

E se a empresa que você dedica seu esforço não se interessa por você, parta para outra. Crie sua própria empresa, se necessário. Sempre haverá pessoas que, nesse ambiente rotativo, possam ser adicionadas ao quadro de sua empresa. O concorrente mais poderoso é justamente a união da boa concorrência. Agregue.

Tem-se a estatística da aviação na internet. A segurança diminuiu. O tráfego tem aumentado, e os sinaleiros de trânsito agora participam de mais de uma escala de serviço. Os limites de 14 aeronaves por setor foram sobrepujados pela capacidade das aéreas. É como se acelerássemos um veículo desalinhado. A segurança depende da perícia do motorista.
A empresa está instável.

Isso decorre das condições idiossincráticas de trabalho.

O desempenho dessa empresa é um desastre.

Faça uso de terapia ocupacional. Ande de bicicleta, toque algum instrumento, tire um tempo para si a cada dia. Evite serviços que exijam mais paciência que a dispensada no cotidiano. Poupe-se de desgaste moral e motivacional voltando-se a assuntos que dêem naturalmente bom resultado.

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