terça-feira, 6 de julho de 2010

GRATIDÃO

Como é possível observar, esse blog é público.

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Quando penso nos meus anseios, percebo que são uma composição dos meus e dos de outras pessoas, em situações diversas da vida. Este é o canal de comunicação que declaro doravante aberto para comunicação. Mesmo meus raros – e incautos – oponentes são recebidos de modo cordial e até onde se estenda, amistoso.

Aqui pretendo tirar as dúvidas do contribuinte. Vocês pagam para que eu desenvolva minhas atividades, logo apraz-me conceder o espaço à opinião em dois campos distintos: o campo profissional e o campo pessoal. As regras gerais são as constitucionais. As específicas são sujeitas à moderação, de quem for.

...

Tenho lido um livro de Jorge Motta. Jorge Motta foi soldado e cabo. Depois publicitário e Secretário do Gabinete Civil de minha cidade. Brasília.

A vida da gente muda pra caramba quando se passa de adolescente para adulto. Minha curiosidade em relação à minha cidade convergiu ao seu livro. Poderes Informais de Brasília. A idéia do livro é registrar um fenômeno social – a agregação de pessoas que se beneficiam do dispositivo público. Agrupou-o em três categorias:

A Mulher
A Amante
Os Comensais

Decerto, os mais numerosos – e problemáticos – são os comensais. Gente que vive ciceroneando autoridades.

Mesmo o pragmático João Figueiredo teve problemas com alguns deles. Lamaisson trouxe aborrecimentos que seriam embaraçosos no presente ano, 2010.

Houve, por exemplo, uma situação onde Lamaisson mobiliza o aparato do SNI e faz acusação caluniosa a Jorge Motta. Estelionato.

Jorge Motta demonstra estratégia excepcional ao lidar com a situação. Importante lembrar que na época de repressão, mesmo frustrar um poder paralelo em Brasília era algo inusitado. Gerava respeitabilidade ou perseguições. A engenhosidade do autor decerto é uma das leituras mais interessantes para qualquer brasiliense.





Nasci em Brasília. O ponto forte da maior parte dos candangos é conhecer a lei, é uma cidade onde a lei só funciona com estratégia.

O Estado me remunera para ser um oponente indesejável, e um inferno para meus inimigos. Aliás, isso somente é possível quando se entende a legislação. Um oponente pode bradar, pode xingar, mas o fato é que no idiossincrático governo, vale o que está escrito.

Saber utilizar as regras a seu favor exige um pouco de inspiração.

Para obter maior inspiração para agir no seu dia, você precisa dedicar algum tempo para você. Você vai perceber aos poucos que as melhore idéias vêm à mente quando você está descansando. Mesmo as poucas mentes que conseguem gerar a iniciativa no momento da questão são mais produtivas quando dispõem de repouso qualitativo.

Quer um exemplo recente? Enquanto digitava esse artigo – sei lá o porque faço, mas faço-o por hábito – meu pai tentava ligar o carro. Quantum a álcool, tempo frio... o “caveirão” embalando ladeira abaixo e nenhum pensamento consegue suprir a curiosidade sobre o êxito da missão: dar a partida no motor antes do final da rua.

Enquanto aguardo o retorno da Quantum rua acima, recordava-me ter observado que é mais difícil prestar atenção no trabalho quando se tem a mente voltada às necessidades de sua família. Em outras palavras, pouco importa ser um comandante da guarda eficiente, um ex-sentinela, ou um operador respeitável se você não consegue dispor de tempo para fazer a manutenção do carro de seu pai. O que um comandante da guarda entende de Volkswagen?

“É um carro do cacete. Os alemães tornaram-se muito versáteis em motores de rotações elevadas, culminando na concepção da motorização AP. Dos velhos Passat TS às novas Quantum, os carros têm uma relação “elástica”. Você pode esticar marchas sem se preocupar com a durabilidade. Basta o óleo estar em dia.

No caso da velha Quantum do “sub” que muitas vezes me patrocinou ferramentas, uma boa limpeza dos pólos de bateria, verificação de fugas de corrente, eliminação de fiação de som, limpeza de velas, rotor e distribuidor e reparo do sistema de injeção de gasolina para partida a frio, e o carro pega “forte” que nem catarro na parede.

Estimo que 4 horas de trabalho contínuo. É o que preciso para poder pensar com mais clareza no meu trabalho. Quatro horas para pôr o automóvel de meu pai em condições de transitar com segurança pelas estradas goianas.

E ainda tem farol desregulado, peças soltas... mas o “caveirão” sobe e desce o morro – digo, cruza o Goiás. Vira e mexe, isso afeta minha concentração em outros assuntos.

Mas o “sub veio” tem sempre um ou outro lance a mais na manga. Antes de decolar, deixa a dica de uma vida sob os benefícios do poder. O poder divino, que se manifesta de diversas formas. Deixou-me um bilhete de bordas arredondadas como o pensamento. Consta:

“GRATIDÃO

Senhor, eu te agradeço por mais um dia de vida, pela saúde, pela existência próspera, saudável e produtiva; pela inteligência, pela sabedoria, pelas decisões acertadas, pela paciência, pela prudência, pelo bom senso, pela boa sorte, por tua bênção e proteção; pelas vitórias, conquistas e objetivos alcançados, pelas adversidades e obstáculos vencidos e superados.

Senhor, eu te agradeço pelos dons que me deste, pelo a mor, pela esperança, pela bênção radiosa da alegria nova em cada manhã; pela confiança, pelo pão que dá força e sustento; pelo abrigo, pelo trabalho que me incentiva a melhorar de vida.

Senhor, pelo conforto que traz a certeza da tua presença visível e abençoada e pela paz que desfruta comovida, minha alma se ajoelha em gratidão. Amém!”

Uma explicação tão clara, que não exige raciocínio profundo.

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