quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Tenho uma fé muito grande em Deus, e utilizo-a na medida do possível na Força Aérea. E as duas vontades me movem em direção ao trabalho.
E toda vez que exagero um pouco e falta ferramentas, a inspiração vem. Inspiro-me com tudo: com as idéias, com a engenhosidade e as pessoas. Sem dúvida, o que mais tenho carinho é pelas pessoas.
Então quando perco um pouco a paciência, peço às pessoas que me não me levem a mal. É raro, mas acontece.
Mas antes de pedir a compreensão das pessoas, peço a orientação de Deus. E ele responde. Hoje mesmo, um bom homem chamado Gilson me deu uma dica. Vou guardá-la comigo.
Minha fé tem aumentado a cada dia, e a gente normalmente acha que tem o máximo de fé. Sempre há espaço para mais.
Tenho fé em várias coisas. Não é vã. É porque sei de onde vêm, de Deus. Vou explicar do meu jeito falho como isso se manifesta:
Na vontade das pessoas.
Deus “reforça” a vontade das pessoas. Através das pessoas se manifesta a vontade divina, e mundana. Tenho estado tranqüilo, nada me tira o sono. Eu é que gosto de ficar acordado à noite.
E na falta do que fazer – servir é meio parado quando não se é mais soldado – sirvo a vontade das outras pessoas como se fossem vontades de Deus. Tento tratar as outras pessoas o mais próximo possível do que gostaria que fossem tratadas por Deus. E tento também fazer a vontade de Deus entre as pessoas. Por isso falo demais. Às vezes acho que Deus gostaria de ser tagarela, como eu, para ter a sorte que tenho de se aproximar das pessoas. Mas o mistério – é o mistério! Só será revelado no momento. Momentum.
Mas tem o detalhe: você tem que saber exatamente quem é seu Deus. Evite agradar o deus errado. Inclusive desrespeitando a pontuação ortográfica.
Dado o alarde à minha volta, nas últimas semanas, minha intenção é apaziguar e explicar algumas coisas às pessoas, para que não se espantem com a tranqüilidade que manifestarei a partir do momento que publicar essa nota.
Acho que já provei meu ponto. É possível servir às pessoas. E quase de graça, quer um exemplo?
Das várias pessoas que conheço, as mais humildes eventualmente são mais felizes. É que os poderosos, como os ricos, sofrem assédios de todo tipo. Pedidos, recomendações, bajulações... é pouco provável que alguém realmente influente tenha bons momentos de tranqüilidade, conforme dos escritos de Lin Yutang.
Então, compadecido com algumas pessoas influentes que tinham problemas com gente aproveitando-se de sua boa vontade, ouvi-os com atenção.
Diziam que:
- o serviço militar não é para enriquecer;
- problemas legais dão trabalho;
- falta gente para trabalhar.
Guardei essas idéias. Olhei o ambiente à minha volta e busquei todos os processos possíveis para assegurar que essas pessoas influentes tivessem a certeza de que cada gestão tenha seu próprio “staff”. Não um monte de gente estranha fazendo pedidos absurdos.
Assim você consegue tempo.
Quem já leu o livro “Como Perder Amigos e Enfurecer Pessoas” entende o que se está falando. Esse livro destaca que a maior parte das coisas que nos atrapalha a concentração são as pessoas que influenciam negativamente sua concentração.
De acordo com o autor, a lógica diz que é importante mantê-los à distância.
Outro livro muito interessante foi de Jorge Motta. Os Três Poderes Informais de Brasília são uma expressão muito interessante da manifestação das boas e más idéias das pessoas. Durante a criação de Brasília, o poder que gera a riqueza e a segurança do país também pode gerar idiossincrasias pra lá de estranhas. De acordo com Jorge Motta – ex soldado – os três poderes informais de Brasília (TPIB) são a Mulher, a Amante e os Comensais.
Jorge Motta foi safo: escreveu bastante sobre os Comensais. Deu uma ou outra pincelada na questão das vontades da Mulher, mas não abordou as amantes.
Entendi que as amantes não eram relevantes, porque representavam um problema – não um ponto de apoio – para qualquer autoridade. Naturalmente, amantes têm pouca perspectiva ao longo do tempo. Na verdade, autoridade que é autoridade mesmo não tem tempo para amantes. Por isso amantes são irrelevantes, no livro de Jorge Motta.
Tem gente que diz que mulher de autoridade manda mais que o próprio. Na verdade, acho que um sempre é extensão do poder do outro. Por isso as famílias são sempre fortes: quando um casal decide unir forças, não há o que os detone. A não ser o próprio casal.
Agora, os comensais...
Esse é o real problema de Brasília. O povo que come à mesa das autoridades é realmente um problema. Por isso algumas atividades do estado são tão fechadas: para que não haja influência externa. O comensal foi descrito como um problema justamente porque obstrui o tempo, manipula e artificializa o ambiente. Isso é nefasto em qualquer atividade.
Jorge Motta, já civil, descreveu uma manobra defensiva exímia. Se tivesse sido após a CF/88, tinha exterminado o oponente com uma ou duas canetadas. Abstendo-se do combate posteriormente, o próprio comensal caiu por si mesmo.
Depois de descobrir a figura do comensal tomei um susto quando olhei em volta. Os comensais de hoje são diferentes. Sabem ser discretos em sua malvadeza – e isso é uma arte difícil. Mas os recursos para vencê-los já são vastos...
O problema é quando os comensais crêem que seu poder é infinito. Acham-se acima das autoridades, e é isso o que degrada o ambiente. Ninguém deveria tentar ser mais que quem provê sua força. Ponha-se no lugar de Deus: você gostaria que fizessem isso?
Ser Deus deve ser complicadíssimo. E a pior coisa que alguém que entende do assunto quer é um leigo dizendo que faz melhor. Incomoda.
Deus é que julga. E ele tem as pessoas certas imiscuídas à massa parva que nos cerca. Uma massa de gente que ainda não reconheceu em seu semelhante um pedacinho de Deus.
Pedacinhos que somos, não devemos deixar de combater o que nos corrói: a corrupção. Não a corrupção do próprio corpo, mas grupos corruptos. A corrupção é um câncer que corrói nosso cotidiano. Tem gente que é corrupta e sequer se dá conta.
Mas quem julga é Deus. E Ele tudo vê, através de nossos próprios olhos.
Como Deus está nas pessoas, ele deve se manifestar. Em cada um.
No Comandante de cada Força, e de cada Unidade.
Nos Juízes, advogados, agentes...
No operador reprográfico, no editor...
No Oficial de Dia e no Oficial de Justiça.
Em você. Seja feita sua – que também é a minha, a vossa vontade!
Mas principalmente a de Deus.
Amém, é ou não é?

PS: fiquei sabendo que tem gente sugerindo meu nome para Conselho de Disciplina ou avaliação psicológica. Bobagem. Ter fé na lei não é loucura nem transgressão. Mesmo na lei do homem, pálida cópia da divina.

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