segunda-feira, 6 de setembro de 2010

I GOT THE POWER

SNAP-I GOT THE POWER, uma música que ouço muito. Tem num filme de Jim Carrey.


Há um poder muito pouco explorado. Na verdade, pesquisei no decorrer de meu tempo de serviço uma série de dispositivos poderosos. A combinação de vários deles potencializa sua eficácia.
Muitas vezes penso em replicar o conhecimento entre os mais modernos. Divulgar formas de se defenderem dignamente das picuinhas de um ou outro superior mais abusado.

Sendo específico: muito do que ocorre no ambiente militar foge do pertinente. Acompanhei diversos processos administrativos e a reação dos agentes responsáveis pelo trâmite legal e detectei irregularidades em praticamente todos.
Isso resultou, obviamente, em algumas punições decorrentes de alguns testes. O que era testado não era o “sistema”. O sistema é sólido.
Testei conhecimento de oponentes.
Tem gente que não tem coragem de tecer quaisquer comentários quanto aos seus chefes. Pessoalmente, evito abordar pontos negativos de qualquer pessoa – inclusive chefes.
Creio que nasci sem esse dom, da não reação. Evito embates por comodidade pessoal.
Mas nos últimos anos, venho observando calma e metodicamente toda ação contrária às necessidades do serviço.

Já recebi queixas por não utilizar cobertura em local coberto. Isso mesmo: fichas de transgressão por fazer o que é correto mesmo em etiqueta. Esse tipo de palhaçada costuma voltar meu pensamento jurídico-militar à fúria dos artigos penais. Acredito ser capaz de causar bom estrago em carreiras quaisquer, assim como saberia como fazê-lo com a minha própria, caso o desejasse.
Aliás, declaro pífio o militar que considera sua própria carreira importante. O militar que considero irrepreensível é justamente aquele que enxerga a grandeza de suas responsabilidades com o seu país e arrisca sua carreira, caso necessário para o bom andamento do serviço. A causa é justa.
O melhor objetivo de um soldado não é tornar-se oficial, é ser um graduado.
Isso se dá porque o soldado tem sua força na energia que vem da união de seu grupo. Ser oficial significa estender uma distância muito grande da fonte de seus conhecimentos.
Logo, o objetivo de um soldado é ser sargento.
O soldado muitas vezes associa o sargento à sua velocidade. Terceiros sargentos estão sempre apressados. Temem chegar atrasados.

Os segundos-sargentos têm passos variados.
Os primeiros-sargentos andam devagar. As coisas essenciais funcionam sem necessidade presencial. Administram o tempo.
Os suboficiais são conselheiros. Determinam as ações padronizadas por tradição.

O tenente vive apressado e às voltas com papéis.
O capitão quer ser major para ter mais dinheiro.
O major quer passar a burocracia para o capitão.

Dos demais não se cogita o que estejam fazendo. Deveriam ser claros os planos previstos nessa zona de baixo meritíssimo em tempo de paz. Mesmo os soldados deveriam estar familiarizados com a natureza definitiva de nossas tarefas.

Manifesto que condições específicas determinaram meu comportamento, no que passo a definir rotina.

Quando se participa da defesa de uma instalação, é importante familiarizar-se com o espaço físico pelo qual é responsável. Suas prerrogativas e limitações. Precisa aferir de fato o que você representa em seu espaço geográfico. Deve conhecer o alcance e possível extensão de suas ações.

Minha rotina é distribuída em atividades distintas. Uma delas é a freqüente releitura de regulamentos e instruções de serviço. Organogramas, legislações diversas. Guerra eletrônica, fundamentos de telecomunicações, redes de dados, tropodifusão, serviço armado, serviço de escala, expediente, doutrina básica, doutrina de comando e controle – kit full.

No serviço armado, considero o conhecimento legal uma blindagem extensiva à equipe de serviço. Minhas equipes de serviço armado têm proteção jurídico-militar gratuita provida por um Comandante da Guarda que conhece o serviço de Sentinela de Cabo a Oficial-de-dia. De cabo ao rabo alheio. Todos aqui são voluntários. Podem deixar o recinto militar, se o desejarem. Basta pedir seu desligamento. Civis têm prioridade.

Não se deixem enganar. Quem tirar o sossego de Alah não conhecerá o Paraíso.

Amém, sentinelas. Amém...

Abordo as necessidades do serviço armado como quem aborda as necessidades pessoais. Todos possuem necessidades maiores ou menores de comunicação, transporte, apoio humano. Conheço os componentes de minha guarda no dia-a-dia. Isso desenvolve a confiança mútua e ainda deste modo, identifico os homens suscetíveis à boa vontade e busco conectá-los. Sempre posso contar com mais de um terço dos sentinelas em natural subordinação às necessidades sem oprimi-los. A verdade é que eles sentem-se melhor guarnecidos quando sou parte da equipe, e eu idem.

Defendo-os porque incorporam a própria autoridade do Comandante da Unidade. Fosse requisito obrigatório tratá-los de modo hermético, já não interessaria integrar equipes. A condição de líder exige a abordagem do elemento humano na compreensão do ambiente.

As equipes de serviço armado dependem do bom funcionamento de outros setores. Tudo se integra em uma só necessidade.

O expoente da era presente é o conhecimento de guerra eletrônica. Principalmente a estratégia de continuidade das atividades, tópico indissociável das campanhas.

Mas não se deve esquecer jamais: a vida é um GTA.”damned nation, damned nation” – é o que se ouvia quando entrava na igrejinha do jogo. “No donation, no salvation” – era o que se ouvia quando saía.

Tudo lembra e se relaciona com MATRIX.

Ou é efeito colateral do remédio que eu mordi alguns dias atrás. Mesmo cuspindo fora, deu um formigamento típico de lamber pólo de bateria de carro. Decididamente, um veneno.
Carbo... alguma coisa.

Vou lembrar...

Por enquanto, segue na íntegra o melhor manual para um soldado regular que pude fazer em alguns meses:

Dronabinol.

Para motoristas de brigadeiros. brigadeiros são um saco. A diferença é que há brigadeiros e Brigadeiros.
brigadeiro é aquele cara que serve em uma brigada. Um combate na sequência de outro, no afã de atingir o que muitas vezes parece impossível: o descanso.
O repouso do guerreiro.
Não é a morte. É quando o cara pensa em fazer depois de terminar tudo o que queria ter feito enquanto vivo, se conscientemente vivesse após morto.
Não há morte. Não existe morte, assim como não existe diabo. O diabo é...
...o diabo não é nada justamente porque não existe.
Quem disser que o diabo existe vai ter que me provar. Vai ter que me dar um nome, endereço ou email para que eu possa mandá-lo pessoalmente tomar no cu.
Exatamente. ULYSSES tem capacidade e poder de mandar o Diabo e seus diabinhos tomar no cu.
Não faz porque é piedoso.
ULYSSES diz:
-saiam do prédio cinza discretamente, como se fossem humanos, suas almas sebosas. E tragam os corpos que vocês possuíram para o sofrimento físico que lhe é devido.
A vergonha.

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