quarta-feira, 28 de julho de 2010

Mentalidade Financeira

Os milionários pensam a longo prazo.
A classe média pensa a curto prazo.

A sociedade pode ser dividida em cinco grupos de pessoas: as muito pobres, as pobres, as de classe média, as ricas e as milionárias. Cada um desses grupos raciocina de maneira diferente em relação ao dinheiro. O pensamento das pessoas muito pobres está voltado para cada dia; o das pessoas pobres, para cada semana; o da classe média, para cada mês; o das pessoas ricas, para cada ano e o dos milionários para cada década.

A mentalidade desses cinco grupos sociais evidencia três objetivos básicos. No caso das pessoas pobres e muito pobres trata-se da sobrevivência. Para a classe média, a meta é o conforto, enquanto para os ricos e os milionários é a liberdade.

O que faz com que os indivíduos pobres e muito pobres busquem a sobrevivência e os da classe média almejem o conforto é a mentalidade de escassez. Eles acreditam que não há dinheiro bastante para que todos tenham mais do que o suficiente. Mas as pessoas ricas e os milionários sabem que isso não é verdade.

A quantidade de dinheiro que uma pessoa ganha está intimamente relacionada com suas crenças nessa área. Se ela cultiva uma mentalidade de escassez, seu objetivo básico será sobreviver ou ter apenas o suficiente para obter conforto. Quem possui uma mentalidade de abundância perseguirá a liberdade financeira. O ditado que diz “procure e encontrará” é verdadeiro quando se trata desse assunto. De fato, obtemos aquilo que buscamos na vida. Se queremos sobreviver, é isso o que acontecerá. Se almejamos o conforto, é o que vamos conseguir. Se desejamos ter liberdade, a conquistaremos.

Existe poder no pensamento a longo prazo. Ele pode tornar você uma pessoa rica e fará isso desde que seja adotado como um hábito.

Observemos a fundo esses cinco grupos sociais.

Pensar em termos de cada dia é peculiar às pessoas muito pobres, como pedintes e trabalhadores ocasionais.

O pensamento que está voltado para cada semana é característico das pessoas pobres, entre as quais estão as que realizam trabalhos de baixa remuneração e mal conseguem pagar suas contas.

A atenção dirigida a cada mês é peculiar às pessoa da classe média. Sua preocupação é com as contas mensais como aluguel, prestações do carro, fatura do cartão de crédito, etc.

Pensar em termos de cada ano é típico das pessoas ricas. Isso mostra que elas estão começando a aprender sobre responsabilidade fiscal, finanças e investimentos.

O pensamento que se concentra em décadas é o que distingue os milionários, revelando a existência de planos de negócios a longo prazo. É nesse patamar que as pessoas aprendem meios legais de evitar o pagamento de tributos para que seu dinheiro continue a trabalhar para elas. Nessa faixa, ficam sabendo como legar seus bens para gerações futuras sem que o governo tome parte daquilo que se dedicaram a construir ao longo da vida.


Expanda seu pensamento para alcançar o futuro

Quanto mais você conseguir estender seu pensamento até o futuro, mais rico conseguirá ser. A maioria dos multimilionários faz planos de negócios cuja duração é de pelo menos 10 anos.

Quando resolvi pensar em termos anuais pela primeira vez, minha renda começou a aumentar. Eu me fazia perguntas do tipo: “O que posso fazer para dobrar meu faturamento este ano?”, “Que meios posso usar para pagar menos impostos este ano sem desrespeitar a lei?”. Como já tinha visto esse princípio do pensamento a longo prazo na vida dos meus orientadores financeiros, isso me desafiou a observar com mais cuidado meu futuro. Agora tenho planos de negócios com duração de 20 anos. Dedico regularmente parte do meu tempo a pensar sobre o que quero que minha vida seja daqui a 5, 10 e 20 anos. Depois crio planos para atingir esses objetivos.

Como você quer que sua vida seja daqui a 10 anos?

Reflita sobre isso e comece a planejar. Pensar a longo prazo requer paciência – e esta é um ativo na vida dos bem sucedidos, enquanto a impaciência é um passivo na vida do homem comum.

As pessoas da classe média desejam satisfação imediata. Eu mesmo fui assim durante anos. Sempre que queria algo, comprava com o cartão de crédito ou economizava um pouquinho e pagava com o valor que tinha conseguido poupar. Agora espero antes de adquirir alguma coisa, pois meu objetivo é ter mais liberdade, e não conforto.

Quem é rico ou bem sucedido desenvolveu a disciplina de adiar o sentimento de satisfação. Os bem sucedidos fazem hoje o que os outros não fazem para que amanhã tenham o que os outros não têm. Quem cultiva uma mentalidade dos muito pobres, das pobres ou classe média jamais será livre. Conquistar cada vez mais liberdade é o objetivo dos indivíduos ricos e dos milionários. Eles adoram ter o controle da própria vida.

Pessoas mal sucedidas, as pobres e as da classe média põem o controle de sua vida nas mãos dos outros – que, ironicamente, são os ricos e os bem sucedidos.

Os bem sucedidos dão mais valor à liberdade do que ao conforto, e por esse motivo conseguem as duas coisas.

Como a classe média prefere o conforto à liberdade, ela jamais se liberta.

Pense a longo prazo em todas as áreas de sua vida

O princípio de pensar a longo prazo não se aplica apenas às finanças, mas a todas as áreas da vida. É importante, por exemplo, adotar esse comportamento quando se trata dos relacionamentos. Agindo dessa maneira, demonstramos mais respeito pelos outros e nos orientamos por uma perspectiva em que todos ganham.

Se você pensar a curto prazo na área dos relacionamentos, estará buscando aquilo que os outros podem fazer por você e acabará usando as pessoa como um meio para determinado fim. Caso você seja alguém que sempre se vale dos outros em benefício próprio, existe a chance de que venha a ser um solitário, principalmente no fim da vida.

Os bem sucedidos desenvolvem relacionamentos de longo prazo, o que também os ajuda a obter um sucesso financeiro duradouro. Eles pensam em como podem servir melhor a família, os amigos e os clientes.

Quando chegamos ao fim da vida, são os relacionamentos que criamos que fazem de nós pessoas ricas de verdade. Pergunte a si mesmo, com freqüência, como criar vínculos mais fortes e produtos com quem você ama.

Assim como existem pessoas que são muito pobres financeiramente, há também aquelas que são paupérrimas em termos emocionais. Esses são os indivíduos que não conseguem amar, os que são incapazes de ser pacientes e gentis, os que nunca perdoam e os que se enraivecem com facilidade. Concentre-se em se tornar bem-sucedido também no que diz respeito às suas emoções.

Ser rico nos relacionamentos é mais do que ter sucesso. É ter uma vida com sentido. É realizar-se.

O êxito financeiro sem a satisfação nos relacionamentos não é recompensador. Pense a longo prazo na sua vida financeira e na sua vida emocional.


É importante pensar a longo prazo em sua saúde física. Se fizer isso, você reservará um tempo para exercitar o corpo e se alimentará de maneira mais saudável. Caso contrário, vai negligenciar a atividade física e comer muita bobagem. É possível que você fique acima do peso e viva sem energia. Pensar a longo prazo na sua saúde lhe dará forças e disposição para conquistar mais sucesso financeiro.

Todas as áreas da vida estão conectadas, por isso pensar a longo prazo em cada uma delas melhorará todo o conjunto.

É necessário também pensar a longo prazo na sua vida mental. Você gostaria de viver pensando em quê? Existe algum assunto específico que lhe interesse? A que você gosta de dedicar a energia da sua mente?

As pessoas que vivem pensando nas coisas que as estimulam e despertam sua inspiração estão sempre numa incrível paz de espírito. Quem reclama e gasta energia mental com assuntos de que não gosta pode ser considerado pobre em termos mentais.

Esse tipo de pessoa vive com muito estresse. Você gostaria de aumentar sua paz de espírito? Em caso afirmativo, comece a pesar a longo prazo na vida mental. Direcione energia para os assuntos que você aprecia. Dedique-se aos campos de interesse que o inspiram. Encontre um meio de ganhar dinheiro nas áreas em que você gosta de pensar.

Este é o segredo de muitos homens bem sucedidos: eles enriquecem fazendo aquilo de que mais gostam. Isso os torna ricos em termos mentais e financeiros. Pense a longo prazo em todas as áreas da vida, não apenas quando se trata de dinheiro.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Zé Pequeno

Escrever sobre coisas difíceis é difícil porque é importante haver coerência e tato. É importante escrever sobre assuntos mornos.

Fiz meu dever de casa. Pessoas tidas por hiperativas têm a mania de procurar profissionais da área de psicologia e seus tratamentos. Para não dar esse tipo de trabalho para os outros, tenho meus próprios métodos de relaxamento. São tão diversificados quanto os gastos o permitam.

Uma das mais gostosas – e cansativas – é pescar. Tudo o que vice precisa é de um molinete, linha e anzóis. Mesmo as iscas muitas vezes podem ser obtidas no local. O Goiás é um dos estados melhores providos em rios de pouca largura, e isso não significa que não tenha peixes. Ou seja: pescar é uma boa para quem está de qualquer modo preso à cidade.

Outro bom recurso para evitar as desconfortáveis – e mormente inúteis – conversas com gente diplomada em loucuras é fazer MotoCross nas estradas goianas. Um barato, só que também despende dinheiro. E exige uma moto.

Então o hobby usual é manutenção veicular. Consertar o carro para a semana que inicia. Mas nesse final de semana fiz um lance diferente.

Uma das recomendações mais constantes que um amigo que freqüentou consultórios acolchoados foi adquirir um aquário.

Fiquei viciado nesse hobby. Comecei com um aquário modesto, e hoje tenho dois. Faço várias experiências relativas ao comportamento dos peixes. Quando a gente não conhece o universo próprio desses animais domesticáveis, a gente pensa que é tudo igual. A realidade é que os peixes são tão diversificados em seus hábitos quanto nós. Os soberbos humanos.

Há peixes agressivos, peixes pacíficos. Peixes de personalidade agitada, outros de movimentos moderados... um aquário é sem dúvida tão dinâmico quanto qualquer setor de trabalho. A questão de quem possui um aquário é a mesma de qualquer cidadão: obter o equilíbrio do ambiente. Estabilizar o aquário.

O problema é que para obter um aquário devidamente estabilizado é necessário uma série de fatores. Por incrível que pareça não é difícil obter um bom resultado, mesmo sem a biologia apropriada.

Se você quiser ter um aquário ordinário, com peixes pouco diversificados, você pode dotar um aquário de uma bomba biológica e algumas piabas. Piabas são peixes extremamente resistentes, não necessitando sequer aquecedor para a água. Não crescem mas são vorazes contra peixes que estejam em menor número.

A presença de piabas no aquário de peixes ornamentais causa estresse às demais espécies. Sentindo-se ameaçados, os peixes deixam de se movimentar livremente no aquário – e exercitarem naturalmente. Isso causa o definhar crônico de várias espécies.

Há peixes que necessitam de maior oxigenação e controle de acidez da água. Água também pode ser “viciada” em amônia como o ambiente pode ficar saturado de cigarro. Alguns peixes são mais tolerantes à amônia. Peixes como o Dojo e o Coliza.

Entretanto, não é interessante mantê-los em água fria. Afeta seu apetite e sua longevidade.

Então eu tenho atualmente dois aquários: um com piabas de água fria e outro de ornamentais. É como se simulasse dois ambientes distintos: o ambiente de tropa de um batalhão de piabas e um ambiente de comando: os ágeis Dojo e os atentos Coliza Super Blue.

Bacana foi quando comprei o Oscar. Identifiquei-me com o peixe imediatamente. Ele presta uma atenção danada em volta. E me reconhece. A questão é que quando cheguei em casa percebi estar na mesma situação operacional. Não que me considere pessoalmente um peixe, mas transito entre a tropa e o comando com o mesmo desembaraço de um Oscar.

O que fazer com um peixe que fica voraz conforme cresce?

Pus o Oscar no aquário das piabas. Piaba não é um bicho burro. Come de tudo, mas sabe o risco de enfrentar um peixe de boca maior. O Oscar, por seu lado, não ataca mas se volta em atitude agressiva decidida a todo momento. As piabas aproximam-se devagar. Uma delas tentou mordiscar seu rabo e foi rechaçada com uma abocanhada forte. O “estalido” característico causou um “piaba-voa” que manteve os oponentes à distância o resto do dia. Percebi que se mantivesse o mini-predador naquele aquário não sobraria nem o chefe. Uma piaba grande, sobra de uma pescaria. Mesmo assim, uma ordinária piaba.

Removi o pequeno Oscar para o aquário dos ornamentais. Não pensei muito, porque neste caso quem pensa não age. Cinco Dojos, quatro Coliza e um Oscar. Eu tinha observado que o Oscar tocava um terror entre as piabas, então passei a chamá-lo “Zé Pequeno”.

Zé pequeno vai crescer. Só não pode furunfar com as enguia. E seria difícil. Os Dojo são muito mais ágeis que os Oscar. E esguios. E os Coliza são meio mansos. Ou seja: pus o Zé Pequeno na boca rica. A estratégia é óbvia: se deixar com as piabas ele vai se estressar e comer todas as pequenas. De quebra vai mutilar as restantes. Um prejuízo para a próxima pescaria. Então pus junto com outros peixes de “comando” para educá-lo com mais polidez. Tem dado certo. Não houve uma agressão durante todo o dia no aquário “boca rica”! Conforme o aquário fique pequeno, mude o aquário.

Como disse, identifiquei-me com o Oscar. Uma de suas características é que cresce devagar, mas atinge porte que possibilita confundi-lo com um pequeno tucunaré. Em seu aquário. Imagine...

O problema é que como os Oscar são longevos, costumam passar por vários tratadores. É muito comum que o Oscar tenha ao longo de sua vida uma vida de adaptação, como tudo o que parece perfeito na natureza. Quem não se adapta, perece. Quando passam por muitos tratadores, os Oscar costumam ficar mais arredios e mal humorados com os humanos.

O Oscar em ambiente agressivo torna-se predador. São capazes de enfrentar piranhas individualmente ou em grupo, adaptando-se a oponentes mais ágeis.

Já em ambiente o Oscar pacífico permite eventualmente o contato manual com seu criador. Isso o torna um peixe interativo. Algo como um cão de aquário. Muitas vezes sinto-me tentado a desculpar-me por meu modo polido de descrever os pequenos prazeres eventuais, mas um aquário é um excelente aprendizado. A gente percebe o quanto o ambiente afeta um sistema biológico contínuo. O vigor de um aquário muitas vezes se assemelha às nossas atividades humanas. Qualquer tipo de atividade.

Se você deseja um desempenho de predadores, não pode confiar um aquário a Dojos. São peixes ornamentais, não são capazes de digerir um rato. Essa curiosidade de criança mesmo um adulto tem. Um aquário de piranhas pode ser alimentado com ração ou pequenos camundongos. É um show natural que causa uma ou outra comoção materna, mas a maioria das crianças gosta. E o aprendizado permanece consciente em suas mentes: não confiem em riachos amazônicos. Há piranhas lá. Se tudo o que um adulto precisa para que uma criança cresça sem acidentes desse tipo é sacrificar um rato, o trato é justo.

Em outras culturas, jogaríamos um eunuco no rio. E riríamos às gargalhadas ter negado as genitálias para os peixes. Condeno a atitude pessoalmente? Claro!
Peixes também apreciam nosso “caviar”. Na verdade, comem de tudo. Por isso é importante mostrar às crianças que não devemos jogar coisas contaminantes no aquário. Os peixes morrem, mas antes de morrerem ficam doentes. Um peixe doente não é bom para o consumo humano. Os de aquário ficam mais sadios sob alimentação controlada do ambiente. Excesso de comida não superalimenta o peixe, mas gera amônia.
Esse é o segredo que as pessoas que tiveram aquário e não conseguiram mantê-lo não perceberam: pôr comida demais para os peixes geram amônia na água.

A água passa a exalar um odor forte e ácido. Algo como o aroma de água parada em alguns alagadiços. Esse tipo de ambiente aquático tem pouca oxigenação e formação de amônia. O aumento da “acidez” da água agride as mucosas do peixe e sua alimentação torna-se precária.

O segredo para um bom aquário é o controle biológico. Você precisa de um aquário grande, um filtro biológico (produz bolhas de ar) e um compressor com difusor de bolhas. Assim você consegue oxigenação. Oxigênio é um dos fatores que permitem que os peixes mantenham sua saúde e se reproduzam eventualmente.

Além desses três itens, outros dois: o aquecedor e o filtro fisiológico. O filtro fisiológico é o que “filtra” a água e retém as impurezas. Limpar o filtro com regularidade, alimentar adequadamente os peixes e verificar a acidez. A água pode apresentar deficiências de sais, oposta à acidez. Água alcalina.

Para todo problema do aquário há produtos específicos. Quanto mais gente pratica a cultura de peixes ornamentais, mais lojas e fornecedores, mais criações de espécies que eventualmente se perdem pela ação do homem. É possível que no futuro haja peixes que existam em aquários, e raramente na natureza.

Eu escolhi o Oscar. Zé Pequeno é meu peixe.

terça-feira, 6 de julho de 2010

GRATIDÃO

Como é possível observar, esse blog é público.

O acesso é reduzido. Todos têm acesso à caixinha de comentários. Diferentemente às prescrições constitucionais, é assegurado o anonimato. Clique na caixinha.

Quando penso nos meus anseios, percebo que são uma composição dos meus e dos de outras pessoas, em situações diversas da vida. Este é o canal de comunicação que declaro doravante aberto para comunicação. Mesmo meus raros – e incautos – oponentes são recebidos de modo cordial e até onde se estenda, amistoso.

Aqui pretendo tirar as dúvidas do contribuinte. Vocês pagam para que eu desenvolva minhas atividades, logo apraz-me conceder o espaço à opinião em dois campos distintos: o campo profissional e o campo pessoal. As regras gerais são as constitucionais. As específicas são sujeitas à moderação, de quem for.

...

Tenho lido um livro de Jorge Motta. Jorge Motta foi soldado e cabo. Depois publicitário e Secretário do Gabinete Civil de minha cidade. Brasília.

A vida da gente muda pra caramba quando se passa de adolescente para adulto. Minha curiosidade em relação à minha cidade convergiu ao seu livro. Poderes Informais de Brasília. A idéia do livro é registrar um fenômeno social – a agregação de pessoas que se beneficiam do dispositivo público. Agrupou-o em três categorias:

A Mulher
A Amante
Os Comensais

Decerto, os mais numerosos – e problemáticos – são os comensais. Gente que vive ciceroneando autoridades.

Mesmo o pragmático João Figueiredo teve problemas com alguns deles. Lamaisson trouxe aborrecimentos que seriam embaraçosos no presente ano, 2010.

Houve, por exemplo, uma situação onde Lamaisson mobiliza o aparato do SNI e faz acusação caluniosa a Jorge Motta. Estelionato.

Jorge Motta demonstra estratégia excepcional ao lidar com a situação. Importante lembrar que na época de repressão, mesmo frustrar um poder paralelo em Brasília era algo inusitado. Gerava respeitabilidade ou perseguições. A engenhosidade do autor decerto é uma das leituras mais interessantes para qualquer brasiliense.





Nasci em Brasília. O ponto forte da maior parte dos candangos é conhecer a lei, é uma cidade onde a lei só funciona com estratégia.

O Estado me remunera para ser um oponente indesejável, e um inferno para meus inimigos. Aliás, isso somente é possível quando se entende a legislação. Um oponente pode bradar, pode xingar, mas o fato é que no idiossincrático governo, vale o que está escrito.

Saber utilizar as regras a seu favor exige um pouco de inspiração.

Para obter maior inspiração para agir no seu dia, você precisa dedicar algum tempo para você. Você vai perceber aos poucos que as melhore idéias vêm à mente quando você está descansando. Mesmo as poucas mentes que conseguem gerar a iniciativa no momento da questão são mais produtivas quando dispõem de repouso qualitativo.

Quer um exemplo recente? Enquanto digitava esse artigo – sei lá o porque faço, mas faço-o por hábito – meu pai tentava ligar o carro. Quantum a álcool, tempo frio... o “caveirão” embalando ladeira abaixo e nenhum pensamento consegue suprir a curiosidade sobre o êxito da missão: dar a partida no motor antes do final da rua.

Enquanto aguardo o retorno da Quantum rua acima, recordava-me ter observado que é mais difícil prestar atenção no trabalho quando se tem a mente voltada às necessidades de sua família. Em outras palavras, pouco importa ser um comandante da guarda eficiente, um ex-sentinela, ou um operador respeitável se você não consegue dispor de tempo para fazer a manutenção do carro de seu pai. O que um comandante da guarda entende de Volkswagen?

“É um carro do cacete. Os alemães tornaram-se muito versáteis em motores de rotações elevadas, culminando na concepção da motorização AP. Dos velhos Passat TS às novas Quantum, os carros têm uma relação “elástica”. Você pode esticar marchas sem se preocupar com a durabilidade. Basta o óleo estar em dia.

No caso da velha Quantum do “sub” que muitas vezes me patrocinou ferramentas, uma boa limpeza dos pólos de bateria, verificação de fugas de corrente, eliminação de fiação de som, limpeza de velas, rotor e distribuidor e reparo do sistema de injeção de gasolina para partida a frio, e o carro pega “forte” que nem catarro na parede.

Estimo que 4 horas de trabalho contínuo. É o que preciso para poder pensar com mais clareza no meu trabalho. Quatro horas para pôr o automóvel de meu pai em condições de transitar com segurança pelas estradas goianas.

E ainda tem farol desregulado, peças soltas... mas o “caveirão” sobe e desce o morro – digo, cruza o Goiás. Vira e mexe, isso afeta minha concentração em outros assuntos.

Mas o “sub veio” tem sempre um ou outro lance a mais na manga. Antes de decolar, deixa a dica de uma vida sob os benefícios do poder. O poder divino, que se manifesta de diversas formas. Deixou-me um bilhete de bordas arredondadas como o pensamento. Consta:

“GRATIDÃO

Senhor, eu te agradeço por mais um dia de vida, pela saúde, pela existência próspera, saudável e produtiva; pela inteligência, pela sabedoria, pelas decisões acertadas, pela paciência, pela prudência, pelo bom senso, pela boa sorte, por tua bênção e proteção; pelas vitórias, conquistas e objetivos alcançados, pelas adversidades e obstáculos vencidos e superados.

Senhor, eu te agradeço pelos dons que me deste, pelo a mor, pela esperança, pela bênção radiosa da alegria nova em cada manhã; pela confiança, pelo pão que dá força e sustento; pelo abrigo, pelo trabalho que me incentiva a melhorar de vida.

Senhor, pelo conforto que traz a certeza da tua presença visível e abençoada e pela paz que desfruta comovida, minha alma se ajoelha em gratidão. Amém!”

Uma explicação tão clara, que não exige raciocínio profundo.