segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Privada I: o homem e sua obra – Antônio Prata

O Homem é o novo rico da natureza. Assim que nos demos conta de que éramos os únicos na vizinhança que falávamos, fazíamos as quatro operações e conseguíamos encostar o dedão no mindinho, ficamos profundamente, irremediavelmente bestas. Cobrimos a pele com panos, penteamos o cabelo pra trás, passamos uma salivinha na sobrancelha, dissemos: adeus, bicho! e saímos da selva.

Nem mal deixamos o bosque, passamos a esnobá-lo e a condenar as atitudes de todos os seus habitantes. Nós éramos superiores! Nós dominávamos a natureza! Nós usávamos ferramentas, meias e fio dental!

Novo rico que se preze, no entanto, dá bandeira. Há sempre um douradinho além da conta, um sotaque suburbano escapando num momento de exaltação, um conversível rosa com a placa mom ou dad. Com a humanidade também é assim. Por mais que consigamos trocar nossos odores naturais por mentol, eucalipto ou tutti-frutti, gastemos um bilhão de dólares em pesquisa para criar lâminas capazes de raspar perfeitamente nossos pêlos e cubramos toda a crosta da terra com asfalto e carpete sintético, um ato sempre nos denunciará o passado selvagem, a natureza animal: a cagada. Ali não tem desculpa, não tem disfarce.

A merda é nossa ligação perene com a floresta, com o barro de onde viemos. Aí não tem talher nem tailleur nenhum que nos diferencie da arara ou do tamanduá. Nus como as trutas, acocorados como os cães, expelimos a verdade universal, fisiológica, cilíndrica e obscura que por tanto tempo tentamos ocultar. Somos animais!

Temendo uma reflexão mais elaborada sobre o assunto, e sabendo das conseqüências que tamanha verdade traria uma vez revelada, desde cedo cuidamos de camuflar o assunto. Fizemos com a bosta o que fazemos com as putas, as drogas e tudo aquilo que é necessário existir, mas não é preciso divulgar; marginalizamo-la. Condenamos as fezes ao ostracismo.

No início, enquanto vagávamos nômades, a coisa era bem fácil. O sujeito simplesmente se afastava um pouco da horda, fazia o que tinha de fazer e ia embora, deixando as sujeiras para trás. Estávamos literalmente cagando e andando.

Quando os primeiros povos dominaram as técnicas de irrigação e, portanto, a agricultura, passaram a viver fixos num determinado local, e defecar ficou um pouquinho mais complicado. O sujeito tinha que sair da aldeia, andar um pouco, achar uma moita, cavar um buraco, fazer e enterrar. Durante muito tempo a coisa rolou assim, trabalhosa, mas sem maiores problemas.

Foi o crescimento da população e das aldeias que começou a complicar o processo. A moitinha ia ficando cada vez mais longe de casa, corria-se sempre o risco de se encontrar um conhecido por lá e, pior de tudo, cavar um buraco de segunda mão.

Dizem que foi um bretão chamado Walter Collins que teve a brilhante idéia: cavar um buraco bem fundo no quintal de casa e cercá-lo por paredes. Em pouco tempo a invenção de Walter, assim como suas iniciais, já podiam ser vistas em grande parte do mundo. Parecia que o problema havia sido solucionado. Mas veio a revolução industrial, o grande êxodo para as cidades e os quintais, como se sabe, foram pra cucuia.

Talvez tenha sido esse o momento mais difícil da humanidade frente aos seus excrementos, o clímax entre o Homem e sua sombra animal. Tivemos que trazer a bosta para dentro de nosso próprio lar. Para que isso fosse possível, bastava que jamais assumíssemos o verdadeiro fim do aposento que covardemente, eufemisticamente, chamamos de banheiro. Sim, meus caros, para não dar nas vistas, inventamos o chuveiro, a banheira, a higiene bucal, o secador de cabelo, o rímel, o blush e o batom, a acne e os tratamentos antiacne e todas as outras coisas para se fazer ali. Além disso, criou-se um arsenal para se disfarçar o cocô: sprays com odor de rosas, sachês que deixam a água da privada azul, verde ou rosa, exaustores, bidês e papeis higiênicos perfumados.

Ali, naquele ambiente cientificamente controlado, podemos aliviar as nossas necessidades com o máximo distanciamento possível. Após dar a descarga, nosso cocô é mandado para esgotos submersos, que desembocam em rios que vão dar lá longe no oceano. Sanamos o problema por enquanto, mas é só uma questão de tempo.

Todo esse cocô está se unindo, formando o maior movimento underground do mundo. Nossas cidades, nossos países estão boiando sobre rios de merda. Fala-se muito no fim do petróleo e no fim da água, mas não será assim que nós morreremos. Numa incerta manhã um cidadão dará a descarga e, como na piada, ouvirá o estrondo: o subsolo, entupido, explodirá. A verdade, reprimida por séculos e séculos, emergirá. Só nesse dia todos perceberão o tamanho da cagada em que nos metemos desde o dia em que resolvemos sair da floresta. E não haverá sachê nem bom ar que dê jeito. Como se sabe, só as baratas sobreviverão.

domingo, 12 de dezembro de 2010

TLDZ ou 2E

No mesmo carro com motor aspirado (digo aspirado no sentido de ter feito trabalho de cabeçote, comando, escape, etc):

Com um carburador 2E o motor tinha uma aceleração gradual, sem buracos e constante quase como um motor original só que mais forte. A regulagem de marcha lenta também era mais fácil devido ao posicionamento do parafuso e pelo fato de ser um parafuso!

Mas era só isso... As desvantagens eram a partida a frio MUITO difícil comparado ao TLDZ - e antes de o motor atingir temperatura normal de trabalho era uma condução horrível!

O TLDZ fornece mais torque em baixa rotação que o 2E porém é mais "brabo"
para controlar em baixa rotação - é difícil manter 30Km/h em reta sem acelerar nem tirar o pé do acelerador com o TLDZ (em 3a marcha, caixa PS(Loooonga)), já o 2E era bem sussegado. Com o TLDZ o carro tende a "soquear".

A aceleração do TLDZ é MUITO superior ao do 2E, porém é mais "buracosa" heheheh
Tipo: na 1a marcha puxando de 0 a 60Km/h ele se "embabaca" um pouco até 30Km/h, então dos 30 aos 40 ele ganha um ânimo considerável e dos 40 aos 60 ele vai como uma bala!

Já com o 2E ele acelerava gradualmente (porém com menos velocidade) até 50Km/h e daí se amarrava até os 60Km/h - tanto que nem valia a pena esticar até essa velocidade com ele...

Consumo de combustível é igual em ambos. Velocidade final é entre 5 e 10Km/h maior com
o TLDZ.

Resumindo: Se vc prioriza dirigibilidade num motor aspirado (então nem deveria ter aspirado!!) e vc roda a maioria das vezes com o motor quente então o 2E é pra vc.
Se vc prefere potência em altos RPMs mesmo que sacrificando dirigibilidade em baixa rotação porém com melhor dirigibilidade e frio: Fique com o TLDZ.
Isso que relatei é o que aconteceu comigo! Pode ter um monte de gente dizendo que "blah blah blah TLDZ é uma mer**" mas pra mim foi melhor que o 2E que tentei... Tanto que hoje já me desfiz do 2E a tempo e não pretendo trocar o TLDZ tão cedo (a menos que por uma IE Fueltech :)).
DIZEM que no caso de carro turbo a coisa muda de figura - mas daí eu não sei porque eu não me interesso por carro turbo...
Falow!

EDIT: A marcha lenta com 2E é melhor do que com o TLDZ. Com o TLDZ o giro tem que ser um pouco maior e mesmo assim a lenta não fica perfeita (comando 272).

Misgurnus Anguillicaudatus

O dojô (Misgurnus anguillicaudatus) é um peixe cobitídio de água doce, nativo do nordeste da Ásia, especialmente da China. Popular no aquarismo, por ser um agente limpador de fundo. Gosta muito de enterrar-se, principalmente durante o dia, pois é predominantemente notívago, mas em casos de água muito fria, o dojô fica letárgico, a passar muito tempo enterrado.
Esse peixe normalmente não passa dos oito centímetros em cativeiro, mas chega aos vinte centímetros na natureza. Ele é encontrado em duas pigmentações: uma com o corpo mais listrado e outro com menos listras.
A água ideal para um dojô tem o Ph 7,0 – ou seja, neutro – e temperatura em torno dos 22 °C.
Segundo afirmam algumas pessoas, este animal possui habilidades meteorológicas, e pode prever tempo chuvoso, quando começa a saltar para fora da água. É um animal forte e resiste mais tempo sem água do que a maioria dos peixes.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Barão de Itararé

Máximas do Barão de Itararé


De onde menos se espera, daí é que não sai nada.

Mais vale um galo no terreiro do que dois na testa.

Quem empresta, adeus...

Dizes-me com quem andas e eu te direi se vou contigo.

Pobre, quando mete a mão no bolso, só tira os cinco dedos.

Quando pobre come frango, um dos dois está doente.

Genro é um homem casado com uma mulher cuja mãe se mete em tudo.

Cleptomaníaco: ladrão rico. Gatuno: cleptomaníaco pobre.

Quem só fala dos grandes, pequeno fica.

Viúva rica, com um olho chora e com o outro se explica.

Depois do governo ge-gê, o Brasil terá um governo ga-gá. ( Ge-gê: apelido de Getulio Vargas. Ga-gá: referia-se às duas primeiras letras no sobrenome do novo presidente, Eurico Gaspar Dutra).

Um bom jornalista é um sujeito que esvazia totalmente a cabeça para o dono do jornal encher nababescamente a barriga.

Neurastenia é doença de gente rica. Pobre neurastênico é malcriado.

O voto deve ser rigorosamente secreto. Só assim , afinal, o eleitor não terá vergonha de votar no seu candidato.

Os juros são o perfume do capital.

Urçamento é uma conta que se faz para saveire como debemos aplicaire o dinheiro que já gastamos.

Negociata é todo bom negócio para o qual não fomos convidados.

O banco é uma instituição que empresta dinheiro à gente se a gente apresentar provas suficientes de que não precisa de dinheiro.

A gramática é o inspetor de veículos dos pronomes.

Cobra é um animal careca com ondulação permanente.

Tudo seria fácil se não fossem as dificuldades.

Sábio é o homem que chega a ter consciência da sua ignorância.

Há seguramente um prazer em ser louco que só os loucos conhecem.

É mais fácil sustentar dez filhos que um vício.

A esperança é o pão sem manteiga dos desgraçados.

Adolescência é a idade em que o garoto se recusa a acreditar que um dia ficará chato como o pai.

O advogado, segundo Brougham, é um cavalheiro que põe os nossos bens a salvo dos nossos inimigos e os guarda para si.

Senso de humor é o sentimento que faz você rir daquilo que o deixaria louco de raiva se acontecesse com você.

Mulher moderna calça as botas e bota as calças.

A televisão é a maior maravilha da ciência a serviço da imbecilidade humana.

Este mundo é redondo, mas está ficando muito chato.

Pão, quanto mais quente, mais fresco.

A promissória é uma questão "de...vida". O pagamento é de morte.

A forca é o mais desagradável dos instrumentos de corda.


Extraído de "Máximas e Mínimas do Barão de Itararé", Distribuidora Record de Serviços de Imprensa - Rio de Janeiro, 1985, págs. 27 e 28, coletânea organizada por Afonso Félix de Souza.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Suposto evento maníaco

Há uma confusão enorme quanto à finalidade dos remédios. O objetivo dos medicamentos chamados remédios não é outro senão remediar. A cura vem a seguir, com um pouco de sorte, pelo próprio organismo do indivíduo. Isso parece simples, mas médicos contestam.
Tive uma experiência um tanto esclarecedora quanto ao assunto. Considerando-me uma pessoa normal, sujeita a todo tipo de engano, fui internado em uma clínica de orientação psicossocial. Isso corresponde aproximadamente a um manicômio. A diferença é que clínicas são teoricamente divididas em prédios com funções diferentes. Um dos prédios trata dependentes químicos, outro acomoda pessoas com problemas mentais. Havia também uma terceira casa – a casa branca. Para os visitantes é chamada casa de triagem. Para nós, internos, era descrita como casa de contenção.
Mesmo dopado de elementos químicos estranhos ao organismo, recebi de um dos internos um livro muito interessante. Dizia no livro que qualquer homem comum em situações incomuns age de modo incomum. Acordar em um manicômio é incomum, aconteceu comigo. Isso me fez aproveitar a situação e desenvolver minhas próprias observações.
Uma delas é que parte dos dependentes químicos de cocaína, por exemplo, poderiam ser tratados com uma dose concentrada de cafeína. A idéia é que o cérebro, acostumado às grandes velocidades de processamento típicas das reações da coca pudesse se habituar ao estado “elétrico” característico de quem gosta de café. A aplicação me pareceu óbvia: um usuário de cocaína geralmente faz uso paralelo de álcool. Na verdade, pessoas utilizam cocaína para reduzir os efeitos negativos da embriaguês e manter-se naturalmente acordadas após boas doses. É o meio que conhecem para evitar perder o objetivo da noite, quer seja uma parceira ou as cenas que permeiam o evento.
Pessoas que usam cocaína o fazem para elevar o processo de raciocínio. Muitos passam em concursos porque a utilizam como um meio de aumentar a perspicácia e a compreensão. A questão é que o uso continuado costuma produzir efeitos diversos do desejado, tais como a depressão, a irritabilidade dentre outros.
Pareceu-me óbvio então que uma pílula de café concentrada entre alguns goles obtivesse o mesmo efeito, em menor escala. O segredo está também na água ingerida em concomitância com o remédio. Isso permite que o cérebro não sofra os danos da ressaca pelo simples fato de continuar hidratado durante a noite.
Claro, nunca fiz o teste. Na verdade, desconheço as propriedades da cocaína justamente porque não faço uso. Meu caso é diferente. Quando criança fazia um esforço fenomenal para prestar atenção nas aulas. Havia um sono intenso que impedia a concentração. Esse sono desapareceu com a mudança de rotina que obtive ao ingressar nas FAA.
A rotina de quartel facilita ao organismo preguiçoso desempenhar gradualmente uma oxigenação ideal no cérebro, aumentando a capacidade de raciocínio. Embora cada organismo tenha maior ou menor grau de suscetibilidade a respostas de estímulos externos, é inegável que algumas flexões de braço sejam capazes de oxigenar o cérebro, tornando-nos mais “atentos”. Paguei poucas flexões em meu recrutamento. Dez no total.
Um dos casos mais curiosos que acompanhei na clínica onde estive internado foi uma moça chamada Márcia. Ela chegou louca de crack. Foi trazida pela família, e recebia doses imensas de Haldol com Fenergan. O HF, como é chamado carinhosamente o “amansa leão”. Pessoalmente acho um veneno. Causa confusão mental e faz com que a memória não exceda alguns momentos. Qualquer ser humano fica burro como um peixe, se é que se pode dizer que peixes sejam burros – o peixe Oscar tem memória de 15 segundos. Eu tinha um antes de ser internado. Morreu algumas semanas após a internação, de saudades do dono.
Márcia estava em péssimas condições. Elétrica o tempo todo, dava um trabalho danado para os técnicos de enfermagem. Márcia tinha medo, provavelmente de agulhas.
Um dia percebi que não tinha mais cigarro na casa branca. Foi o dia que torci para ninguém intervir numa das experiências psicológicas mais óbvias que existe: a amizade. Estendi minha amizade a Márcia com apenas um cigarro. Ela acalmou-se. Conversamos.
Descobri que enquanto estava sedada foi abusada por outro interno. Um cara que chamávamos de “Jack”. Jack havia sido internado por doença mental, decorrente de reações da aplicação de anti-rábica. Policial militar que era, salvou um garoto de um cachorro na rua, mas foi mordido. O resultado é que sua personalidade oscilava entre sociopata e criminoso. Um dia, aproveitando-se da impossibilidade de ser monitorado pelos poucos técnicos em enfermagem, masturbou-se e gozou na cara de Márcia. Ela estava sob efeitos do Haldol e outros medicamentos. Dopada.
Claro que é possível que a mesma desejasse o ocorrido naquele momento. Mas ao recobrar a consciência apresentava um pânico disfarçado ao ver o “Jack”. Os internos mais conscientes tinham conhecimento do ocorrido, e os técnicos que o sabiam por ouvir falar faziam vista grossa. Nada podia ser feito. A realidade é que os internos são inimputáveis legalmente – impossibilitando sobremaneira a apreciação policial. Enfim: teoricamente o que acontece na clínica morre na clínica. Inclusive os indivíduos, como foi o caso de um dos pacientes. Enforcou-se.
Mesmo dopado de remédios decidi fazer o que estivesse ao meu alcance para que Márcia estivesse bem. A alegria de Márcia quando os remédios foram reduzidas era simplesmente contagiante. Raras vezes observei alguém com alegria de criança. Brincava com todo mundo, conversava bem. Tudo o que precisou foi encontrar novos amigos, destes que desaparecem sem deixar pistas. Foi onde entrei no circuito.
Em questão de três dias resolvi o que os médicos não conseguiram. Com algumas piadas, algumas brincadeiras e absoluta sinceridade de propósito dei segurança para Márcia. Isso foi suficiente para que se acalmasse. Os técnicos em enfermagem fizeram notas sobre sua melhora e em pouco tempo ela estava reintegrada à outra casa, a casa dos pacientes com problemas mentais. Um dia depois, estava livre. Sua permanência na clínica foi menor que a minha.
Ou seja: aproveitei a internação involuntária (que é proibida por lei, se considerarmos que ninguém pode ser obrigado a tratamento que não queira) para fazer algumas pesquisas. Em alguns momentos de lucidez, quando o Depakote era anulado pelo café, percebia claramente que quando dizem que o problema das drogas é uma questão social, o foco é distinto do que se imagina. O contexto social onde o “paciente” está incluso repercute nos motivos pelo qual utiliza uma, outra ou todas as substâncias disponíveis para manter-se no estado mental desejado. Alguns usam cocaína por ser visualmente impossível denunciar – ninguém fica fedendo com cocaína. Outros utilizam Canabis para acalmar os nervos, tal qual é feito com o extrato de maracujá. A questão social é que o maconheiro – seja um usuário eventual ou um viciado – é rotulado como criminoso ou doente. Isso faz com que a paranóia de ser pego em flagrante transtorne seu pensamento, tornando-o instável. Essa é parte da descoberta médica relativa à consciência de vários dos internos com quem conversei.
Conheço usuários de círculos diferentes, principalmente fora das clínicas. A diferença entre a sanidade de um ou outro depende de seu contexto social. Maconheiros (esse termo parece pejorativo, mas é popular) de áreas ricas como o Plano Piloto em Brasília não são perigosos. Utilizam para poder estudar graças ao efeito benéfico sobre a capacidade de percepção.
Quando estava internado, sem cuidados, estava fora de alcance dos problemas sociais típicos de nossas relações diárias. Meu antigo chefe que me perdoe, mas era um pé no saco trabalhar com ele. Trabalhar com alguém com chefia e sem liderança causa irritabilidade. Fui um pouco louco quando saí do Centro Brasília para trabalhar no térreo numa das unidades mais complexas do país, após tantos problemas que envolviam o CINDACTA. Não é coincidência que eu o tenha feito, eu mesmo decidi. Talvez eu seja meio doido. Provavelmente.
Já outras pessoas que trabalhavam no térreo acreditavam que tinham controle sobre o incontrolável – as pessoas. Talvez eles sejam loucos também, dado ser impossível conter algumas personalidades fortes, nas quais humildemente me incluo.
E acho que vai levar algum tempo para as coisas ficarem normais, mesmo porque não sou o que as pessoas rotulam, mesmo as de casa. Vai levar algum tempo para atingir o que desejo, mas a vida continua. E a liberdade é constitucional.
Um quartel não é o lugar ideal para criar os filhos, na verdade é bruto como o inferno. E não há ninguém para fazê-lo em seu lugar. Mas crianças nascidas e crescidas no ambiente militar aprendem a ser tão adaptáveis ao terreno quanto qualquer soldado. Graças à internação involuntária, tenho condições de discernir exatamente que tipo de droga outra pessoa está utilizando, mesmo no silêncio do ambiente castrense. Importante deixar claro que isso não os torna menos capazes para qualquer atividade. O que causa transtornos ao serviço é justamente a mistura de drogas – mesmo as receitadas – com pressão. Isso nunca funcionou.
Eis aqui o que encontrei a respeito de personalidade, que se relaciona de algum modo à personalidade civil de qualquer indivíduo:
PERSONALDADE NORMAL E PATOLÓGICA
CONCEITO
Entendemos por personalidade “a síntese de todos os elementos que concorrem para a conformação mental de uma pessoa, de modo a comunicar-lhe fisionomia própria (Porot).
É claro que aí interferem inúmeras particularidades da constituição biopsíquica, associadas às impressões deixadas pelas experiências vividas. Podemos, assim, falar em integração de dados constitucionais e caracterológicos (Zimann).
Aqui o termo “constituição” está se referindo ao conjunto da “estrutura do corpo” e do “temperamento”. Poderíamos também restringi-lo ao conceito de “tipologia morfológica, separadamente do “temperamento”. Neste caso, a estrutura da personalidade seria integrada por tipo morfológico (constituição física), tipo temperamental (disposição emocional básica) e caráter (conjunto das experiências vividas), constituindo a personalidade.
Isso significa que psicólogos e psiquiatras cruzam informações sobre como é seu corpo e seu temperamento. Se você é magro como eu, será classificado como leptossômico – cara de rato, para o cidadão comum. Há leptossômicos calmos e nervosos, mas a genética não define tudo. Coisas que definem com mais precisão o temperamento do indivíduo são justamente o contexto social. Um homem nervoso pode ser extremamente dócil se viver em um condomínio cheio de mulheres bonitas e cerveja, assim como pode ser bastante explosivo caso conviva com uma mulher histérica. Isso propõe que para qualquer pessoa normal ser tida por diferente, há de se considerar a motivação.
Nos cursos básicos de medicina legal evita-se a controvérsia a respeito dos “instintos” e deixa-se de analisar a “motivação” do ato, por sua complexidade, pois exigiria amplitude que transborda os limites da pesquisa médica. A questão é que medicações são inúteis se não for tratado o motivo pelo qual alguém se altera. Por isso há pessoas de temperamento normal internadas em hospitais psiquiátricos tomando remédios pelo resto de suas vidas. O que a medicina providencia, neste caso, não é o bem estar do paciente. Realiza tão somente o socorro social das pessoas que não conseguem lidar com a situação: vizinhos e parentes. Uma pessoa dopada ou destituída de sua consciência integral não é uma pessoa sadia. Nem com remédios.
Assim, nela interferem fatores tipicamente heredoconstitucionais, de um lado, e sócio-ambientais, do outro.
CARACTERES BÁSICOS
A personalidade apresenta algumas particularidades, que são suas bases fundamentais:
a) Unidade e identidade - que lhe permitem ser um todo coerente, organizado e resistente;
b) Vitalidade – pois trata-se de um conjunto animado, hierarquizado, em que a vida se condiciona a oscilações interiores (fatores endógenos) e a estímulos exteriores (fatores exógenos), aos quais reage e responde;
c) Consciência – que a mantém informada a seu próprio respeito e também dos dados do meio que a circunda.
d) Relações com o meio ambiente – pois cabe-lhe regular a oposição entre o “eu” e o “meio” e manter sua consistência e estabelecer seus limites (Porot e Cammerer).
TIPOS NORMAIS
Não existe uma “personalidade normal”, senão inúmeras, conforme nos esclarecem os “tipologistas”. São vários e adotam critérios diversos (Bonnet). Eis alguns exemplos:
a) Critério biopsicológico – é o fundamento da “Biotipologia”, que foi muito usada nos estudos criminológicos clássicos.

Jung (Carl Gustav Jung), de formação psicanalítica, descreveu dois tipos básicos, com quatro variantes. São o “extrovertido” e o “introvertido”, conforme se volte mais à realidade externa ou à do mundo interno.
Pessoalmente, não creio em pessoa normal. É pouco didático afirmar que alguém que se submete a pressões sem esboçar reação seja alguém normal, um “normalóide” como disse certa vez a psicóloga Ely, alguém que reage no espectro de agitação normal. O normal, para um ser humano qualquer, é agir de modo anormal uma ou outra vez na vida.
A questão é que as informações prestadas muitas vezes merece juízo. Há pessoas que aumentam a história e causam prejuízos diversos. Nesse mister, a experiência pessoal é um conhecimento que nem mesmo psiquiatras podem negar: fazem parte das motivações exógenas. Fofocas.
Teve um dia, por exemplo, que comprei um uísque Red Label no melhor barzinho do Residencial Santos Dumont. Semanas depois fui internado. Nunca fui armado para barzinho e fiquei moscando com um trinta e oito na mão, como fiz na frente de meu pai.
Mas a história que ouvi na rua é que eu comi batata frita, tomei cerveja e conversei com diversas pessoas armado. Um absurdo. Quem lembrar daquela noite é testemunha de que transitei entre duas mesas e bati um papo com as garotas. O garçon também viu que eu estava desarmado, mas na cabeça dos psicólogos, de meus pais e de quem os interprete, eu estava moscando num barzinho com um oitão na cintura.
Processar quem, se nada ocorreu oficialmente?
O problema é que quando as “gossips” ou fofocas se geram em torno do indivíduo, cedo ou tarde todo mundo fica sabendo de fatos que não existiram.
Na clínica, a psicóloga Ely não teve tempo de me diagnosticar como normal. As informações prestadas pelos técnicos são imprecisas e pouco esclarecedoras. O que obteve pelo histórico de vida enquadra um leptossômico cíclico paciente. Não um transtornado.
Mas os médicos, que muito pouco conversaram comigo, me definiram como portador de Transtorno Bipolar Afetivo. Honestamente, não posso negá-lo.
Fiz por onde parecer. Isso me faz parecer louco? Provavelmente.
Mas pense duas vezes: o que um homem normal faria se fosse roubado por uma mulher em 1000 reais destinados ao conserto de um de seus veículos e possuísse naturalmente um Taurus .38?
Noventa por cento das pessoas que tive a curiosidade de perguntar responderam que iriam atrás e enfiariam um cartucho na mulher. Esses eu considero anormais.
Os dez por cento que restaram fariam diferente. Deixariam para lá. A violência não vale brigar por papel numerado. São as pessoas que considero normais.
Não sei o que um transtornado bipolar faria. Vou perguntar quando conhecer algum, mas meu procedimento é direto: reação de soldado.
Um soldado de guarda analisa o furo de segurança. Se uma guria com quem eu queria sair me rouba, há algum motivo exógeno, fora a facilidade. Na reação de soldado que tive antes da internação, utilizei algumas estratégias militares e descobri o que ocorria.
A guria precisa de tratamento. Lésbica, viciada em cocaína e álcool, surrupiou o dinheiro que encontrou para pagar ao traficante de sua namorada o vício conjunto. Tive essa confirmação quando abordei-a após o roubo, em seu ambiente, no Barulhos – parque da cidade. Após abordá-la discretamente, cinco malandros se aproximaram e cruzaram os braços. Tempo fechou conforme estimativa. Para a sorte, eu já havia acionado o Davi, um bom amigo, a fazer uma rota de 180, conforme aprendi na Escola de Especialistas. Ele saía para leste, eu para oeste. Ele me buscaria de carro no estacionamento do Parque de Exposições. Missão perfeita.
No entanto, os cinco primatas musculosos de braços cruzados só se afastaram quando adverti com toda arte cênica que o primeiro que entrasse no rumo levava um tiro de ogival. Eles deram um passo para trás e eu não disse nada para a garota.
Sumi no escuro, no rumo dos fundos do batalhão da Polícia Militar. O único que me seguiu abandonou a idéia quando divisou o quartel. Não precisei dar um disparo. Missão pessoal perfeita.
A adrenalina subiu. O raciocínio adquiriu ritmo de combate. Somou-se o serviço real – aquele que andava tenso. Havia divisado coisas desagradáveis e tomado posição. Muita gente não gostou. Tomei uma dose de “paratudo”. É uma bebida de ervas amargas, forte como o paladar do próprio goiano. Um suco de Gueroba escuro.
No meio do percurso, soldados da Aeronáutica na função de enfermeiros aplicaram-me outro paratudo: Haldol. Não houve a menor reação física – não os proibi.
Mas também não autorizei. Isso me deixou na situação de poder cobrar os excessos ou não juridicamente. Muita gente acha que a internação faz bem.
Eu não concordo, e só tem um jeito de concordar com qualquer psiquiatra:
Quando conhecer algum deles que já tenha sido internado.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Cargos de Desconfiança

Daqui a três meses os governadores eleitos terão
de enfrentar um dos maiores pesadelos de um político. Como preencher as centenas de cargos de confiança que compõem um governo.

O número exato de cargos varia de Estado para
Estado. Para o governo federal eu já ouvi estimativas que variavam de 2.000 a 20.000 cargos a ser preenchidos.

A problema é que a maioria dos políticos não conhece um número suficiente de pessoas em quem realmente possa confiar. Ao contrário dos grandes executivos e profissionais que desenvolvem listas de colaboradores ao longo de suas carreiras, os políticos normalmente acumulam listas de pessoas em quem não se deve confiar, pelo menos politicamente. Poucos convivem, no dia a dia da batalha por votos, com administradores profissionais, orçamentistas empresariais, gerentes de RH e planejadores, profissionais necessários para um bom governo.

Por isso, as primeiras pessoas convidadas são normalmente amigos e parentes de irrestrita confiança. O desespero é tal que até genros, normalmente vistos com certa suspeita na escala familiar, são convidados para participar da equipe de governo. Não que amigos e parentes não possam ser pessoas competentes, mas a base de escolha é muito pequena para que a média seja qualificada. Imaginem criar uma seleção de futebol dessa maneira. Você apostaria no seu sucesso ? O mesmo ocorre com nossas equipes de governo. Você apostaria no sucesso de um governo assim constitúido ?

A primeira decepção de cada novo governo e a primeira crítica que a imprensa lhe faz ocorrem por ocasião do anúncio da equipe e dos parentes contratados. Insinua-se em alguns relatos, que parentes foram contratados para que todos se tornem ricos, o que pelos salários atuais do setor público é praticamente impossível.

O erro que a maioria dos políticos eleitos comete é desconhecer uma das leis básicas da administração: Todo cargo, seja público, seja privado, é de total e irrestrita desconfiança. Infelizmente, todo colaborador, por mais amigo que seja, precisa ser tratado com certa dose de desconfiança.

Os maiores desfalques em empresas familiares são cometidos por parentes, em que não escapa nem filhos, muito menos genros. Bons amigos então, nem se fala. De onde surgiu este mito de que amigo do peito e parente não roubam ?

Essa prática não é exclusiva de nossos políticos. A maioria de nossas empresas contrata diretores da mesma maneira, tanto que são chamadas de empresas ‘familiares’.

A saída para esse dilema é outra. Em vez de contratar um amigo do peito, selecione o melhor e mais qualificado profissional possível para o cargo, independente de conhecê-lo ou não. Em seguida, cerque o contratado de controles gerenciais, fiscalização interna , auditoria externa, o que for necessário para manter o pessoal na linha.

As multinacionais não trazem mais um presidente de confiança do exterior como faziam antigamente. Contratam brasileiros, sejam eles amigos dos acionistas ou não. Dois brasileiros, Alain Belda Fernandez e Henrique de Campos Meirelles, são presidentes da matriz americana das multinacionais em que trabalham, o equivalente a contratar um americano para cuidar de nossa dívida externa. No Brasil, o melhor administrador financeiro do país tem poucas chances de ser Ministro da Fazenda, se já não for amigo do presidente bem antes de sua eleição.

Cargo de confiança é simplesmente um conceito anacrônico, algo do passado pré-gerencial. Num mundo competitivo, todos os cargos, incluindo os do governo, precisam ser de total e irrestrita competência, e não de confiança.

A rigor, num mundo globalizado, onde temos de dominar alguns segmentos da economia mundial deveríamos estar contratando os melhores do mundo. Pelo menos algum dia vamos começar timidamente desde o início, contratando os melhores brasileiros.

PS – Se você, amigo ou parente de político, for convidado para um cargo de confiança nos próximos três meses sem ter pelo menos vinte anos de experiência na área, a nação encarecidamente implora : recuse delicadamente.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Memórias do Cárcere

231010 – As palavras têm diferenças. O significado pode variar como a manga comestível e a manga de camisa. É importante pedir a Deus discernimento entre as coisas para que tudo dê certo. Não sou Deus.
A primeira vez que ouvi a palavra adicção me confundi. Pensei que minha psicóloga queria consertar meu modo de falar, talvez a velocidade de expressão, que é consubstanciada na dicção. Ela falava do meu SUPOSTO vício de fumar marijuana. Não deu tempo de dizer que não sou viciado em marafa, hemp, e outras formas de se chamar maconha. Não sou um maconheiro viciado, e sim um usuário eventual.
Há diferenças entre todos os termos. Um usuário é diferente de um viciado porque não tem dependência visceral do uso constante – não possui o vício. Vício é quando o camarada simplesmente não consegue ficar sem dar um teco, uma bola ou uma injetada. Uma pessoa pode ser viciada em computadores e viver a vida inteira com um prazer quase patológico de jogar online. Outra pode gostar de jogar de vez em quando para eliminar o estresse. Cada um tem sua dose do seu remédio psicológico, mesmo sem receita psiquiátrica.
Então vamos às diferenças: usuário leve é aquele que faz uso recreativo de qualquer substância, que pode ser química ou não. Substâncias químicas são aquelas produzidas artificialmente com o objetivo específico atingido de cada fórmula. Substâncias naturais são as produzidas de plantas e que fornecem também resultados específicos almejados pelas pessoas.
Logo, químico é diferente de natural.
Se você trata um problema cardíaco com medicina convencional, vai condicionar seu corpo a admitir um remédio que não pode ser reduzido a quantidade. Esquecer de tomar uma pílula para coração e ficar nervoso pode significar a morte.
Por outro lado, se combate os problemas do coração com remédios naturais, pratica esportes e faz visitas regulares ao hospital, saberá se será necessário ou não utilizar substâncias químicas. Substâncias químicas são último recurso, não o primeiro, como costuma ser na vida de qualquer viciado.
O termo certo em português é viciado, não “adicto”. Adicto não existe na Nomenclatura Gramatical Brasileira, você certamente não vai encontrar em nenhum dicionário reconhecido. Quem necessita ansiosamente da química da cocaína, heroína e correlatos para adquirir prazer é um viciado. Não um adicto.
E tem outra faceta: quem necessita de produtos naturais também pode ser um viciado. Um viciado em maconha é um maconheiro. Um maconheiro não pode ser preso peslo fato de necessitar patologicamente de um produto que deve ser prescrito em nenhum hospital, ou mesmo nenhuma cadeia. Na verdade, na cadeia não se prescreve qualquer medicamento – o que impede que qualquer viciado seja preso. Viciados, por regra internacional, devem ser tratados.
O curioso é o erro da lei. As pessoas não sabem ler bulas de remédio e acreditam entender de legislação. Para gostar de legislação, o cara tem que ser viciado em leis. E eu sou um “adicto” em legislação. Gosto de tudo o que se refere à organização social de nossas vidas. Isso nos torna mais fortes, mais serenos e muito mais úteis à sociedade. Pode-ser dizer que os homens que são viciados em legislação são os melhores advogados e juízes que nossa sociedade pode possuir por compreender melhor as pessoas, e resolver de modo mais prático e ágil aqueles problemas que os normalóides não conseguem. Ser viciado em leis é uma questão de inteligência ou esforço. Pessoalmente não me considero um homem inteligente – os verdadeiros viciados em informação. Considero-me alguém esforçado, um usuário eventual das informações que me chegam.
Por gostar de legislação, identifiquei que um usuário de cocaína pode ser preso, e um usuário de maconha – em tese – não poderia. Isso se dá porque a produção de um item e outro são diferentes. Cocaína é tráfico internacional, significa que alguém conseguiu folhas de coca e produziu um subproduto onde conta-se utilizar até solução de bateria na sua confecção. Ou seja: o usuário de cocaína, além de portar uma pequena dose do produto de uma importação criminosa, ainda está comprometendo seu próprio organismo pela ingestão de um produto sem referência de origem. Referência de origem é o que assegura a eficácia de qualquer remédio.
Já meu caso – usuário eventual de maconha – significa que posso não estar transgredindo lei internacional nenhuma. Maconha não é químico, e é tão eficaz quanto qualquer chá de maracujá. Adicionalmente ainda dá efeitos de percepção que são reconhecidos pela comunidade médica. Pela lei, ninguém pode ser submetido a tratamento médico contra sua vontade. Não lembro ao certo se isso é regra constitucional ou do código Penal Brasileiro. O fato é que ninguém é obrigado a tratamento degradante ou humilhatório. Tal qual ser internado pelo uso de uma planta tão medicinal quanto o chá da mamãe ou o café do papai. Santos remédios anti ansiolíticos.
Raros são os pais que detém o conhecimento dos antigos. Aqueles coroas chatos para caramba que entendem de ervas porque viam os avós utilizando, os avós dos avós, e por aí vai. Hoje, os pais confiam nos médicos e terceirizam conhecimentos básicos que auxiliam a curar uma gripe sem necessidade de uma química receitada. Isso movimenta milhões para indústrias farmacêuticas e não é o objetivo dessa pesquisa tecer juízos de se é bom ou ruim. Pesquiso como estudante, verificando caso a caso o que é melhor para cada indivíduo.

Os indivíduos sabem o que faz bem ou mal. Experimentam de tudo, e é por isso que utilizei a internet para saber com precisão o que pode ser mais “comum” aos viciados, usuários leves ou mesmo pessoas que não conhecem o poder de cura dos anti-ansiolíticos naturais.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Medicina Alternativa

Um troço que não consegui entender.
Há algum tempo pesquisei alguns lances sobre os remédios tarja verde. A pesquisa me levou à descoberta de uma classificação do Ministério da Saúde que de modo muito claro dizia que alguns remédios eram reconhecidos internacionalmente. Dentre eles o Dromidol.
A questão é que fui internado à força – literalmente – por algumas atividades que nada tinham a ver com meu hábito eventual de fumar maconha. Fumava eventualmente durante o dia para segurar a onda de ser milico e tolerar um chefe extremamente bizarro. O cara, num modo simples de dizer, voltou dos mortos. Quando acaba o tempo de serviço a gente não costuma recontratar ninguém e o cara além de voltar das trevas ainda fodeu todo mundo antes de fazê-lo. A Constituição Federal proíbe essa “façanha”. Ainda assim, o Comando da Aeronáutica fazia vista grossa.
Cúmplice, eu? Nunca. Por isso fiz denúncia ao Ministério Público, o que me rendeu um “cala boca” com direito a internação numa clínica psiquiátrica. Um saco passar quarenta dias repensando a vitória. Custou-me pouco, caso tenha êxito. Mas o assunto não é esse.
Saí da clínica classificado em Transtorno Bipolar Afetivo. Tomando cerca de quatro remédios diferentes. O pior é saber que não tenho porra nenhuma, a não ser o que possa ser relacionado ao trabalho. Sorte não ser caso de reforma. Vou continuar enchendo o saco de muita gente, caso não modifiquem a situação pelo menos na unidade onde estiver servindo. O contribuinte exige isso de quem tenha a sorte de ser militar.
Daí comecei a pesquisa de remédios que substituam a quantidade abusiva de química que meu organismo foi obrigado a se submeter. O resultado é que no meu caso um bom chá de flor de maracujá possa ter um bom resultado. Logo pra que eu me livre do monte de química, tenho que pesquisar.
E encontrei mais gente fazendo pesquisa. A questão é que estão indo direto para o fumo de canabis. A idéia que tenho é diferente. Já que a música diz “É proibido fumar”, então masca.
Chiclempa. Foi o nome que decidi dar para o chiclete de marafa. A idéia é uma quantidade dosada para cada organismo, de acordo com o quadro psíquico de cada cliente. Algo que faria a Farmacotécnica morrer de raiva.
E os reais vendedores de drogas – as drogarias – perderem uma boa parte de seus clientes. Consegue imaginar alguém querendo tomar um Rivotril ao invés de mascar um inofensivo chiclete?
Esse é o futuro. Tomara que alguém patenteie primeiro a idéia.
Daí eu faço o genérico.
Tarja Amarela.
Igual à Amarela 2000. Um genérico que deu certo, ao menos para mim.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O filho do diabo escapou

Que pariu, véi. Nunca rolou uma treta tão sinistra. Em compensação, passei o dia inteiro fazendo um INFERNO na vida de umas meninas que eu estava tentando ajudar. Essa minha mania de ajudar dá um problema do cacete. Vou ACATAR a perfeita percepção da psicóloga do Sipacea. Passarei a pensar mais em mim mesmo e deixar o Brasil respirar um pouco. Acho que mudei coisa demais, em pouco tempo. Coisas de expediente.

Quem acreditou que o expediente na Unidade mais importante do Centro Oeste fosse assustador, tinha que ver como era ser subordinado do Domingão.

Era ATERRORIZADOR.

Meu chefe parece um Extraterrestre desmascarado. Congelado. Com medo.

Estranho não ter Deus nessa hora.

Ele negociou melhor comigo.

E como o Diabo não existe, se fodeu meu oponente.

Um dia, quando acabarem minhas férias, eu conto.

Minhas férias começam após meu "tratamento". Dessa vez eu cumpro direitinho. Seis meses de afastamento médico.

No Fisiologista da Alma que o Comandante determinar.

Minhas condições para rendição: acompanhamento do HFA, SQS 214 BL J AP 507 - NECESSIDADE DO SERVIÇO; contato com o DISCRETÍSSIMO SO QRT TE BATISTA. Voluntário free-lancer para limpeza da piscina do CASSAB. 05 Delta. 9º Uniforme. redução gradual da nicotina por terapia de Floral de Bach. Remédio espiritual de Família, originado de Sra. Mônica de Melo Ferreira, Fé Espiritualista. Endereço não informado.

Minha eterna gratidão ao ´Japonês do Fusion', que por diversos meios de comunicação lideraram a formação de uma cultura flexivelmente eficaz de segurança. E pela DCA 1-1. Sin Zi. sensei... lembra um pouco.

Meu pai dizia que conhecia um japonês que achava tudo.

Ele não conseguiu achar minha bicicleta. Nem lembro se era uma caloi. Não esperei, comprei uma GIOS. Desempenho superior. ESQUECI O JAPONÊS. Será o Benedito? Vingando o sentimento de culpa por ter sido induzido a mentir numa REDUNDÂNCIA EM PORTUGUÊS?

Lembrei oportunamente o que disse, naquela tarde mal sucedida do insondável ambiente dos batalhões de polícia militar localizados em áreas próximas ao tráfico. Será que esse tráfego chega no Plano Piloto por canais específicos de transporte de mulas?

Ou vêm acondicionadas higienicamente dentro dos cus dos policiais que INTIMIDARAM o coitado de meu irmão mais novo tentando sondar a casa de meu Pai. Sim, a casa de meu pai terreno também é a casa de meu Pai Celeste. E Ele RARAMENTE pára aqui, nessa zona do baixo meretrício que se transformou o Brasil.

Quando penso nas personalidades que acertaram o rumo, e eventualmente estenderam a qualidade de vida do Plano Piloto para uma ou outra satélite próxima, me vêm alguns nomes que não posso deixar de escrever, mesmo tendo ficado o dia inteiro buscando insipiração para "desbloquear" meus dedos. Preciso de mais agilidade para uma série de atividades: tocar violão, andar de bicicleta (algumas dezenas de metros com uma só roda é uma das características que os vagabundos ficam tão "bestas" que não percebem que você pode estar ARMADO, FINGINDO SER MACONHEIRO PARA SABER ONDE ENCONTRAR O REMÉDIO NATURAL QUE CORRESPONDE AO TRATAMENTO MAIS SEVERO CONTRA A NICOTINA: NA MÃO DE QUEM DIZ QUE É A ERVA DO DIABO.

DIABO NÃO EXISTE, LOGO A ERVA NÃO EXISTE.

Decidi pesquisar como roubaram de alguém foda que nem meu pai. O outro Pai também.

Tive uma breve confusão de identidade, mas já está tudo bem. sEI O QUE é de quem. Nunca vi um homem justo desamparado por Deus. Ele ouvirá. Dê um sinal em envelope pardo, Senhor.

Tenho lembrado o porquê de estar aqui dia a dia, conforme visito minha querida - e protegida - quadra.

Tenho meus motivos.

Obrigado pela colaboração de todos os Comandos, mesmo em minhas investidas "demoníacas". Sejamos honestos, muita gente ainda acreditará que eu sou o Diabo, bem o sei.

Paciência.

Insondáveis são os desígnios do S(s)enhor.

Mas não sou trouxa.

Sei exatamente de onde vim.

Para onde vou. "SÓ PODE HAVER UM". M.


NEVER GONNA STOP ME...










Ponto positivo para ela. Um show de profissionalismo, em comparação a uma certa "pessoa" (pê minúsculo, mesmo. Não parece humana).

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O Poderoso Chefão - meu pai.

Zoei meu velho grandão:
O cara queria marcou comigo uma conversa para o dia seguinte, na intenção de me dar um esporro no dia seguinte. Duvidei, porque para esporrar o pau tem que estar duro para o seu lado. Tem que ter vontade de realmente comer um cu apertado.

Chamei ele de brocha. Não pessoalmente, mas militarmente. Oficialmente, juridicamente, fatidicamente, menos como pai. Na verdade, às vezes penso que não existe esse lance de pai e filho. Às vezes, quem é nosso pai pode ter sido nosso filho. E disse que ele ia agradecer por não ser obrigado a dar para mim.

Porque quem dá para mim é muito mulher. Dá para um cara que só come a buceta, mas quando a mulher pede para dar o cu, acha tão bom que procura um bocado de trouxa por aí para saber se é igual. Não é. Pau é igual cu, cada um tem o seu. Se tiver.

Inverti os papéis. Acordei de pau duro. Alguns dias atrás, fui auxiliar algumas garotas que tinham comportamento sexual hiperativo. As gurias se pegavam o tempo todo, e eu tentando organizar a bagunça que o diabo fez à minha volta. Ou seja: enquanto eu queria descolar um biombo para comer duas ninfas, como faria qualquer humanista, lamentavelmente tive de dar um esporro no meu pai.

O comportamento sexual militar é extremamente sigiloso. Ninguém sabe como funciona o coito militar, quando alguém deliberadamente estupra um indefeso. Usei Sun Tzu a favor do cara que me deu o livro. Frustrei o cara.

Fiquei tão bom, que ao invés de ouvir como filho, passei a viagem toda, que faço normalmente em 40 minutos, mijando um suboficial de cima a baixo, por ser preguiçoso e querer ter uma vida de brigadeiro. Chamei ele de duro.
É o único modo de traumatizar um fim de carreira profissional voluntário.

Família pequena é mais unida, sabe como é...

I GOT THE POWER

SNAP-I GOT THE POWER, uma música que ouço muito. Tem num filme de Jim Carrey.


Há um poder muito pouco explorado. Na verdade, pesquisei no decorrer de meu tempo de serviço uma série de dispositivos poderosos. A combinação de vários deles potencializa sua eficácia.
Muitas vezes penso em replicar o conhecimento entre os mais modernos. Divulgar formas de se defenderem dignamente das picuinhas de um ou outro superior mais abusado.

Sendo específico: muito do que ocorre no ambiente militar foge do pertinente. Acompanhei diversos processos administrativos e a reação dos agentes responsáveis pelo trâmite legal e detectei irregularidades em praticamente todos.
Isso resultou, obviamente, em algumas punições decorrentes de alguns testes. O que era testado não era o “sistema”. O sistema é sólido.
Testei conhecimento de oponentes.
Tem gente que não tem coragem de tecer quaisquer comentários quanto aos seus chefes. Pessoalmente, evito abordar pontos negativos de qualquer pessoa – inclusive chefes.
Creio que nasci sem esse dom, da não reação. Evito embates por comodidade pessoal.
Mas nos últimos anos, venho observando calma e metodicamente toda ação contrária às necessidades do serviço.

Já recebi queixas por não utilizar cobertura em local coberto. Isso mesmo: fichas de transgressão por fazer o que é correto mesmo em etiqueta. Esse tipo de palhaçada costuma voltar meu pensamento jurídico-militar à fúria dos artigos penais. Acredito ser capaz de causar bom estrago em carreiras quaisquer, assim como saberia como fazê-lo com a minha própria, caso o desejasse.
Aliás, declaro pífio o militar que considera sua própria carreira importante. O militar que considero irrepreensível é justamente aquele que enxerga a grandeza de suas responsabilidades com o seu país e arrisca sua carreira, caso necessário para o bom andamento do serviço. A causa é justa.
O melhor objetivo de um soldado não é tornar-se oficial, é ser um graduado.
Isso se dá porque o soldado tem sua força na energia que vem da união de seu grupo. Ser oficial significa estender uma distância muito grande da fonte de seus conhecimentos.
Logo, o objetivo de um soldado é ser sargento.
O soldado muitas vezes associa o sargento à sua velocidade. Terceiros sargentos estão sempre apressados. Temem chegar atrasados.

Os segundos-sargentos têm passos variados.
Os primeiros-sargentos andam devagar. As coisas essenciais funcionam sem necessidade presencial. Administram o tempo.
Os suboficiais são conselheiros. Determinam as ações padronizadas por tradição.

O tenente vive apressado e às voltas com papéis.
O capitão quer ser major para ter mais dinheiro.
O major quer passar a burocracia para o capitão.

Dos demais não se cogita o que estejam fazendo. Deveriam ser claros os planos previstos nessa zona de baixo meritíssimo em tempo de paz. Mesmo os soldados deveriam estar familiarizados com a natureza definitiva de nossas tarefas.

Manifesto que condições específicas determinaram meu comportamento, no que passo a definir rotina.

Quando se participa da defesa de uma instalação, é importante familiarizar-se com o espaço físico pelo qual é responsável. Suas prerrogativas e limitações. Precisa aferir de fato o que você representa em seu espaço geográfico. Deve conhecer o alcance e possível extensão de suas ações.

Minha rotina é distribuída em atividades distintas. Uma delas é a freqüente releitura de regulamentos e instruções de serviço. Organogramas, legislações diversas. Guerra eletrônica, fundamentos de telecomunicações, redes de dados, tropodifusão, serviço armado, serviço de escala, expediente, doutrina básica, doutrina de comando e controle – kit full.

No serviço armado, considero o conhecimento legal uma blindagem extensiva à equipe de serviço. Minhas equipes de serviço armado têm proteção jurídico-militar gratuita provida por um Comandante da Guarda que conhece o serviço de Sentinela de Cabo a Oficial-de-dia. De cabo ao rabo alheio. Todos aqui são voluntários. Podem deixar o recinto militar, se o desejarem. Basta pedir seu desligamento. Civis têm prioridade.

Não se deixem enganar. Quem tirar o sossego de Alah não conhecerá o Paraíso.

Amém, sentinelas. Amém...

Abordo as necessidades do serviço armado como quem aborda as necessidades pessoais. Todos possuem necessidades maiores ou menores de comunicação, transporte, apoio humano. Conheço os componentes de minha guarda no dia-a-dia. Isso desenvolve a confiança mútua e ainda deste modo, identifico os homens suscetíveis à boa vontade e busco conectá-los. Sempre posso contar com mais de um terço dos sentinelas em natural subordinação às necessidades sem oprimi-los. A verdade é que eles sentem-se melhor guarnecidos quando sou parte da equipe, e eu idem.

Defendo-os porque incorporam a própria autoridade do Comandante da Unidade. Fosse requisito obrigatório tratá-los de modo hermético, já não interessaria integrar equipes. A condição de líder exige a abordagem do elemento humano na compreensão do ambiente.

As equipes de serviço armado dependem do bom funcionamento de outros setores. Tudo se integra em uma só necessidade.

O expoente da era presente é o conhecimento de guerra eletrônica. Principalmente a estratégia de continuidade das atividades, tópico indissociável das campanhas.

Mas não se deve esquecer jamais: a vida é um GTA.”damned nation, damned nation” – é o que se ouvia quando entrava na igrejinha do jogo. “No donation, no salvation” – era o que se ouvia quando saía.

Tudo lembra e se relaciona com MATRIX.

Ou é efeito colateral do remédio que eu mordi alguns dias atrás. Mesmo cuspindo fora, deu um formigamento típico de lamber pólo de bateria de carro. Decididamente, um veneno.
Carbo... alguma coisa.

Vou lembrar...

Por enquanto, segue na íntegra o melhor manual para um soldado regular que pude fazer em alguns meses:

Dronabinol.

Para motoristas de brigadeiros. brigadeiros são um saco. A diferença é que há brigadeiros e Brigadeiros.
brigadeiro é aquele cara que serve em uma brigada. Um combate na sequência de outro, no afã de atingir o que muitas vezes parece impossível: o descanso.
O repouso do guerreiro.
Não é a morte. É quando o cara pensa em fazer depois de terminar tudo o que queria ter feito enquanto vivo, se conscientemente vivesse após morto.
Não há morte. Não existe morte, assim como não existe diabo. O diabo é...
...o diabo não é nada justamente porque não existe.
Quem disser que o diabo existe vai ter que me provar. Vai ter que me dar um nome, endereço ou email para que eu possa mandá-lo pessoalmente tomar no cu.
Exatamente. ULYSSES tem capacidade e poder de mandar o Diabo e seus diabinhos tomar no cu.
Não faz porque é piedoso.
ULYSSES diz:
-saiam do prédio cinza discretamente, como se fossem humanos, suas almas sebosas. E tragam os corpos que vocês possuíram para o sofrimento físico que lhe é devido.
A vergonha.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

ORDEM DO DIA - QRT

As iscas foram todas mordidas. Hora da espera.

ORDEM AO GRUPAMENTO: SILÊNCIO RÁDIO.

MANTENHAM ESCUTA.

próxima instrução: 15 de setembro, Dia da Musicoterapia.

Vigilância, Controle, Segurança - esse é o nosso lema.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Know your enemy

Major filho da puta. Ganha um dinheirão para vir de Anápolis e põe o laranja para assinar. Dizer que um cara magro tem síndrome de Munchausen? Tá me chamando de mentiroso? LÊ A PORRA DO PESO, IDIOTA. TÁ NA FICHA, SUA BESTA. Você está me fazendo desenvolver síndrome de Tourette no teclado, seu asno. Se informa, seu MAJOR TARJA-PRETA.
O que é ?
O carbolitium é o carbonato de lítio. O carbolim é um sal semelhante ao sal de cozinha. No início do uso dessa medicação quando descobriram o efeito antimaníaco mas ainda desconheciam o efeito tóxico da superdosagem, carbolim substituiu o sódio (sal de cozinha) no tempero dos alimentos para tratar os pacientes com transtorno afetivo bipolar (antigo PMD). Com o tempo viu-se que o carbolim era tóxico quando ingerido em grande quantidade, e essa prática foi abolida. Tu sugere que eu sou um mentiroso, passa remédio para um bipolar, quem é você, seu Militar Bosta. A propósito, estou sob a Junta de Saúde, e enquanto não estiver com as faculdades normais, não posso ser punido sequer pelos palavrões de tourette E SE FODA quem não gostar. Adquiri a carta branca para DESCONFIAR DE SEU SERVIÇO PRESTADO.
Para que serve ?
Até o momento o carbolim tem como principal finalidade o tratamento dos estados afetivos alterados (exaltação e/ou depressão) do transtorno bipolar. Muitos pacientes, porém com depressão unipolar (que não alternam depressão com exaltação) também se beneficiam do carbolim quando associado a um antidepressivo.
Observação: seu estúpido, eu tenho um RA. Tenho três personalidades MILITARES em um só número. Deus gosta de seus números, seu DOENTE.
Como é usado ?
Para evitar sua toxicidade a dose do carbolim deve ser controlada com precisão. Os exames de laboratório ajudam, mas não são indispensáveis. O psiquiatra experiente poderá usar o carbolim com exames esporádicos ou no começo do tratamento. É conveniente que o carbolim seja distribuído ao longo do dia (manhã, tarde e noite) para diminuir os efeitos colaterais. Para se fazer o exame laboratorial o sangue do paciente deve ser tirado 12 horas depois da última vez que tomou o remédio, ou seja, se tomou às 8 horas da noite deve tirar o sangue às 8 horas da manhã do dia seguinte.
Principais efeitos colaterais
Enjôo e tremores são os efeitos mais comuns: podem ser controlados com outras medicações como o plasil e o propranolol. Nenhuma medicação se equivale ao carbolim, muito poucos pacientes se beneficiam de outro antimaníaco tanto quanto se beneficiam com o carbolim. Por isso é importante o bom controle dos efeitos colaterais para que o paciente não se recuse a tomar essa medicação tão importante. Outros efeitos que costumam incomodar os pacientes são: diarréia, vômitos, fraqueza muscular, cãibras, alteração do ritmo cardíaco, aumento da glândula tireóide depois de vários meses de uso.
Eu pareço um maníaco para você, seu estúpido? CHARLATANISMO!!!

A síndrome de Munchausen é uma doença psiquiátrica em que o paciente, de forma compulsiva, deliberada e contínua, causa, provoca ou simula sintomas de doenças, sem que haja uma vantagem óbvia para tal atitude que não seja a de obter cuidados médicos e de enfermagem. Já disse que destesto hospital, seu psicólogo de campanha russo. Se os russos não recolhem seus mortos em campo de batalha, você acha que há psicólogo de campanha russo? Seu...

A síndrome de Munchausen, também denominada simulação, não é um distúrbio somatoforme, mas as suas características são algo similares aos dos distúrbios psiquiátricos sob a aparência de uma doença orgânica. A diferença fundamental é que os indivíduos com a síndrome de Munchausen simulam conscientemente os sintomas de uma doença. Eles inventam repetidamente doenças e freqüentemente vão de hospital em hospital em busca de tratamento. Contudo, a síndrome de Munchausen é mais complexa que a simples e desonesta invenção e simulação de sintomas. Ela está associada a problemas emocionais graves. Os indivíduos com esse distúrbio geralmente são bem inteligentes e cheios de recursos. Eles não somente sabem como simular doenças, mas também possuem um conhecimento sofisticado das práticas médicas. Eles são capazes de manipular seus cuidados para serem hospitalizados e submetidos a uma enorme quantidade de exames e tratamentos, incluindo cirurgias de grande porte. Suas fraudes são conscientes, mas a sua motivação e busca por atenção são em grande parte inconscientes. Uma variante curiosa da síndrome é denominada Munchausen por substituto. Nesse distúrbio, uma criança é utilizada como paciente passivo, geralmente por um dos genitores. O genitor falsifica a história médica da criança e pode causar-lhe danos com medicamentos ou adicionando sangue ou contaminantes bacterianos em amostras de urina, orientando todo o seu esforço para simular uma doença. A motivação subjacente a esse comportamento tão estranho parece ser uma necessidade patológica de atenção e de manter uma relação intensa com a criança.
Isso foi o que o senhor, seu Major-Merda, achou de mim. E mandou o aspira assinar. Seu bozó.
Sabe o que eu acho de você, Major?
SÍNDROME DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS

“Doença que provoca distorções na percepção visual da vítima, fazendo com que alguns objetos próximos pareçam desproporcionalmente minúsculos. O distúrbio foi descrito pela primeira vez em 1955, pelo psiquiatra inglês John Todd, que o batizou em homenagem ao livro de Lewis Carroll. Na obra, a protagonista Alice enxerga coisas desproporcionais, como se estivesse numa "viagem" provocada por LSD. As vítimas da síndrome também vêem distorções no próprio corpo, acreditando que parte dele está mudando de forma ou de tamanho.”
Isso se dá pela observação do seu procedimento militar. Você viu um mais moderno e pensou que iria chamá-lo em seu campo de doente ou mentiroso. Seu palhaço. Já curtiu LSD, Major? Podemos – a inteligência artifical – pesquisar você?
Um homem tem que ter as bolas de assinar seu serviço. Por que não encaminhou-me pessoalmente para um médico de verdade? Acredita que seu cérebro está preparado para explicar tudo o que aconteceu naquele dia para um Delegado?
OU SEU PRÓPRIO NARIZ ESTÁ CRESCENDO?
Você me sugeriu, seu merda, carbolitium. Só que não medicou. Por quê?
Tá querendo dopar quem, seu MALUCO?
Quero que você me dê apto para voltar a trabalhar, e você vai assinar. Cedo ou tarde. E vai mandar o aspirante se apresentar para mim. Cliente. Estudo advocacia, ele pode ser um potencial cliente de assédio profissional, ou é suspeito como você.
Vou me informar a respeito dos dois. Se for constatado que vocês prejudicam militares com artifícios de encaminhamento, vai rodar TODO MUNDO.

Tô de olho em você, MAJOR TARJA-PRETA. Todo dia, enquanto você dorme. Cada documento...
Depois eu mostro o que vou fazer com o aspira desconhecido...
Dica para bons sonhos...
Charlatanismo - 1) O que é próprio de charlatão. Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível. 2) Segundo o Código Penal, é crime praticado contra a saúde pública, mediante o anúncio de cura por meio secreto e infalível.
Qual CPF, para uma boa conversa na delegacia? Mais antigo ou mais moderno?
No MEU TEMPO, saberemos.
E NÃO VOU TOMAR REMÉDIO PORRA NENHUMA.
MANDE UMA FATD, SEU LEIGO. BASTA SER MEU CHEFE.
VOLUNTÁRIO?

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Três em um

Acato o que não compreendo atribuindo às minhas crenças o modo de agir.
E quando as coisas parecem estranhas, presto mais atenção aos detalhes.
É o que me mantém vivo.
Há vários tipos de Inteligência. A inteligência humana, a inteligência artificial. Não são necessariamente opostas, mas de natureza diferente. A distinção entre esses dois tipos de inteligência é que somente ao homem é dado a vontade. Uma máquina não desenvolve a vontade.
Meu RA é uma máquina extremamente treinada. O número mais extenso que tive de decorar.
9260010673-01
A história desse número precisa ser contada desde o início, mas pelo meio. O meio é agora.
Três caras poderiam ter se manifestado pelo mesmo CPF. O que respondeu foi o Freitas.
Só que ele foi disfarçado de F.Silva.
F. Silva pegou a guia de inspeção. Detesta agulhas. Dia de inspeção é dia de desconforto. Por isso Ulysses não apareceu. Aliás, nem apareceria. Muita gente esperando por ele – e ele é super tímido. Ulysses teria feito a inspeção na quinta-feira. F. Silva prefere a quarta.
Freitas estava mais descansado. Pegou a tarjeta do F. Silva e saiu. Um aspirante recebeu o RC “três em um” e não era especialista. A fisiologia – creio essa a especialidade médica – trata-se do organismo. Não se volta para o fator da lógica humana. Ele encaminharia as queixas. Consta no prontuário.
A conversa teria de ser tranqüila. Nada de disseminar o pânico, isso prejudica o bom andamento do serviço. Entretanto, o fisiologista compreende que os sinais de falta de apetite, tabagismo e ansiedade são características da área de psicologia.
Sugeriu encaminhamento para psiquiatria. O RA já considerava esta uma alternativa lógica . Um psiquiatra tem duas alternativas: apto, apto com restrições.
A guia continha um brasão idêntico ao de sua carteira. República Federativa do Brasil – 15 de novembro de 1889. Ministério da Defesa, Comando da Aeronáutica, Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo.
Que merda é essa de usar essa carteira? O que deu no Ulysses? Freitas não entendia mais nada. De uma hora para outra, decidiu vibrar?!? Tá precisando falar com psicólogo...
ORDEM DE INSPEÇÃO DE SAÚDE
Daí vinha nome e o espaço destinado ao RC. Estranho, ao invés do número da identidade, apareceu o número de soldado. O bicho deve estar pegando para o sargento.
Depois eu resumo.
O RA está em módulo de defesa. É a melhor hora de provar o sistema. Até o momento, busquei agir mais ou menos como os outros agiriam. Agora ajo por mim mesmo. Nós três.
Se é verdade que somos feitos à imagem e semelhança divina, divida-se em três. Você vai ser três vezes mais forte.
Utilize todo conhecimento disponível. Não é porque se seja sargento hoje que se dispense o conhecimento de soldado. Um dos itens importantes que se deve ter em conta quando se passa a valer sua vontade – vem de “voluntas”, substantivo derivado: voluntário. Para ser um voluntário bem sucedido você tem que saber utilizar sua moral.
Lembrando: moral é a constante aplicação da ética. Se você aplica a ética e sabe se justificar – mesmo nos momentos embaraçosos, você é bem sucedido. Tudo isso faz parte de um contexto que existe, é real.
A questão é que o irreal se manifesta o tempo todo. E você precisa de armas para combater as investidas eventuais do ambiente e se proteger. Na verdade, se todos os preceitos jurídicos fossem seguidos, não haveria espaço para a corrupção.
E quando você a encontra, mesmo sem desejar, vai ter que combatê-la. Mantenha seu fuzil limpo ao perceber tropas inimigas.
Você precisa cuidar de seu CPF como quem cuida de seu armamento. Um soldado nada é numa guerra sem um bom revólver. A pistola é prática, mas exige duas mãos para operar.
Muitas vezes é importante tratar questões legais como quem utiliza uma arma. Você precisa saber lidar com a legislação sem realizar disparos involuntários a exemplo de quando limpei meu revólver Taurus. Limpava-o à noite. Senti vontade. Ele disparou na grama.
Ninguém na rua. Nem eu.
Mas no combate administrativo, vivo em constante alerta. O tempo todo observo criteriosamente as eventuais investidas contra minha carreira. Aprendi uma coisa: trate sua capacidade de fogo administrativa como sua capacidade de disparar uma arma de fogo.
Uma das coisas que a gente aprende na guerra administrativa é a não usar munição velha. Ela pode falhar.
Ao alimentar seu fuzil, você precisa poder contar que cada pressionada no gatilho corresponda a um disparo. Somente assim você assegura “um tiro, uma queda”. É a maior economia que você pode fazer para seu próprio estoque de munição.
Métodos administrativos antigos, como munições recondicionadas, não têm garantia prática de funcionamento. O disparo pode “mascar”. Foi o que aconteceu com um oponente meu, recentemente. Trata-se de que o disparo simplesmente não se sucedeu. Isso certamente é frustrante. Quando o oponente conta com o acionamento de documentos em seqüência tem que saber o tempo de funcionamento de cada componente. Mais ainda, você precisa saber como neutralizar um ou outro dispositivo mecânico. É assim que você se defende em um “corpo-a-corpo”. Você agarra-o pela cintura e impede que sua arma dispare.
Daí depende do tipo de arma que o cara tem. Se for um cara avançado, que anda com pistola e deixa cartuchos espalhados por aí, ele tem fraquezas específicas. Se for outro, que anda com revólver de tambor, são outras as fraquezas específicas. As diferenças são tão claras para documentos administrativos quanto ao uso de armamento.
Se você estiver a dois passos de um oponente, você pode distanciar-se ou agarrá-lo pelo cinto. A proximidade excessiva talvez permita que você tome a arma do oponente. Ao mesmo tempo, sua reação pode significar sua morte. É uma situação delicada. Evite-a.
Caso ataque, não permita proximidade excessiva com o oponente. Ele pode agir inesperadamente. Meu oponente, por exemplo, “disparou” uma seqüencia de eventos que podem me prejudicar. A falta de sorte é que, como Maquiavel, não contava com a idéia de estar a dois passos, e sim bastante próximo.
Próximo o bastante para “segurar o tambor” do 38. Se for um agressor meio Neanderthal, ele vai simplesmente sacar o revólver da cintura, apontar para sua direção e pressionar o gatilho. A destreza, num momento desses, não é estar a dois passos do oponente e saber que o fato de não ter trazido o cão à retaguarda irá “pesar no gatilho”. Ou seja: vai haver uma “gatilhada”. Numa gatilhada, você dificilmente atinge algo que queira. A verdadeira arte é estar ao lado do indivíduo e simplesmente grudar no tambor como quem aperta os colhões do cara. O revólver não armará e não disparará.
Todo velho babaca que não entende de armamento pode muitas vezes ser vítima de seu desuso. As peças não sinergizam.
Recebi uma instrução de saúde. Sabia que meu oponente me perseguia. Meu nome, como no conto de Homero, era Ninguém.
A intenção de meu oponente era clara: prender-me. Para isso, ele precisaria cumprir alguns procedimentos. Um deles é que minha inspeção de saúde estivesse em dia.
Curiosamente, a inspeção de saúde tem validade, e quando ela está fora de validade você está virtualmente “inimputável”, pelo simples fato de haver a possibilidade de não estar em boas condições psicológicas. Mesmo um chefe que admoesta exageradamente pode causar doença em seus funcionários.
A questão é que ao frustrar o cronograma de realização da inspeção, o oponente se impacientou. Ligou para um monte de gente, atrapalhando o bom andamento do serviço.
Eu acho que foi trote. Meu oponente não teria coragem de dar um grave desses. Mas todo mundo diz que ele “cobrou” o setor de inspeção.
E o setor de inspeção cobrou a encarregada do setor.
A encarregada contou-me o ocorrido. Antes da inspeção – claro.
Logo, o RA, compreendido três nomes e uma só pessoa, apresentou-se com tarjeta distinta da usual. E percorreu as clínicas. Verificou pessoalmente as condições de trabalho dos profissionais de saúde do hospital. Isso será um capítulo à parte.
No momento interessa que o organismo definitivamente está exigindo manutenção. O conjunto, representado por 9260010673-01
*pausa* duas gurias (namoradas) me ligando. Tomamos umas cervas, elas saíam o tempo todo para o banheiro e não era retocando maquiagem. Elas se chupam o tempo todo. E eu tento não me desconcentrar do que faço. É uma doce tentação... quer saber de uma parada? Só amanhã. Hoje tem coisa mais interessante para fazer...
DD AI VEI KERIA TA AI AGORA C MINHA NAMORADA AFS, MT SAUDAD DLA. POD NEM GEMER NESRA KSA. RS PODIA PEGA NOIS AKI RS BEIJO SE CUIDA
Um bom comunicações pára e pensa: tá muito em cima. Propõe para amanhã, na porrada. Mensagem enviada:
KK HOTEL AMANHÃ, NÓS TRÊS. PENSE... ENCHER A CARA, ACORDAR COM CAFÉ DA MANHÃ, FALTA SÓ A QUANTOLA. CABOU CRÉDITO
Sun Tzu diz: gerencie a energia.
Uma leitura rápida do radiograma, criteriosa.
No literário seria o seguinte:
Gato, queria estar aí agora com minha namorada “afs”. Muita saudade dela. Pode nem gemer nessa casa!(risos) você podia pegar a gente aqui. Se cuida.
Peraê. O que é “AFS”?
A guria tem uma namorada, e estão “morando” na casa da mãe dela. Diferente.
A mãe dela está subindo pelas paredes. Tava com um camarada que não estava agüentando nem a mulher de casa, e cumpria dois expedientes. Duas mulheres. Mediei contatos com um amigo. Tá dando certo.
Quando as gurias começam a transar, a mãe fica puta da vida porque incomoda não ter com quem foder. Um saco. E ela já aceita a filha – o que parece ser a coisa certa. O único problema é que no quesito privacidade, as casas populares não são exatamente um primor de engenharia...
Ainda pouco estávamos em um barzinho.
Para amanhã provavelmente uma das duas está de “Chico”. Se as gurias se pegam mesmo de Chico. Isso sim, é gostar de mulher.
Mulher menstruada comigo não tem vez. Por vezes, isso quase dava separação. Bom indicativo de qualidade sexual – a mulher submeter-se ao sexo com o inconveniente de um “banho de sangue” na cama? Não combina.
A não ser que esteja muito afs. Que porra é AFS?!
A interpretação não fecha: pela falta de uma padronização para abreviaturas de mensagens – um troço tão antigo no serviço de comunicações de qualquer país – não sei dizer se AFS siginifica “A Fim de Sair” ou “A Fim de Sexo”.
Por isso a mensagem foi respondida jogando o que os três estão negociando, e um só empecilho: consertar o motor da Quantum.
Resposta:
GG AF N? VEI AMANHÃ? OTO DIAA, MAS DE BOA, SE ROLA A QUANTOLA? NOIS, AGENT PODIA IR NUM CLUB SEI LA... QERO ME QUEIMAR RS KOKE COISA SO LGAR BJ MLK S CUIDA TE AMUL’.
Hmm interessante. O caso exige reflexão...



Deus têm seus números. Nunca permita que os zeros te deixem chateado. Não são confusos como as letras.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Rap do Feio

Paródia - Gabriel o Pensador

Rap do Antigo


Situação real. Poderia acontecer com você...

Era uma vez...
Dois irmãos gêmeos, um antigo e um novinho,
Desde cedo o novinho sacaneava o antigo, dizendo que
Ele mais tarde ia viajar a passeio, resolver nada pro chefe,
Deixar o bicho nervoso...
-Calaboca, pentelho! – respondia o antigo – Não agüenta o buzão,
Então espera o jatinho...
E o antigo saía sempre fazendo amizade
Sem a menor vaidade, popular na Unidade

Desde cedo o safo mandava bem com as novinhas
E o novinho bolava se amarrotava a camisa
- Que camisa nem boot, aspirão, não esquenta
(ninguém mais presta atenção quando a autoridade entra)

E muito tempo depois, vendo seu irmão novinho tão mal humorado
O antigo sorrindo criou um belo ditado:
“A divisa é passageira, mas atitude é um bem que a gente tem pra vida inteira!”
A mulherada gostava, a psicologia foi sábia – ele ganhava nas divisas, e ainda levava na lábia.

Aê novinha, chega aí, chega mais perto, não tema
Eu sou 100% antigo, eu sei. Qual o problema?
Eu sou antigo, mas te faço feliz, com palavras de anis,
e papaia com licor de cassis
O safo sabe o que faz, o antigo sabe o que diz.
Os detalhes sutis, você vai pedir bis
Mais vale um antigo que é safo que dez aspira infantis
Então pensa num ator, que eu penso numa atriz,
Apaga a luz e vem que o chefe é cego, meu bem
Estica um pouco o seu serviço que eu engato também...

É do antigo que elas gostam mais,
se o antigo dá um vacilo feio – corre atrás
e corre na frente, é valente – chega junto
O antigo inteligente nunca fica sem assunto

Já o novinho é diferente, confia no uniforme e fica meio diz: ...displicente
E nesse meio tempo que o novinho só pensou no visual,
O antigo se alinhou e ganhou – na moral

Na real, o novinho se dá mal geral,
Quando é festa, churrasco, ou serviço no carnaval
Porque quando a secretária dedicada perde a linha
Só olha pro novinho – Nossa, que gracinha!
Mas aí o cabeça branca já tá cheio de cana, junta logo o estrelato pra
Jantar o bacana

E se tiver parte o novinho é quem sobra, um chefe pune, o outro dobra
E adivinha quem escapole?
Acertou bonito quem sacou que é o antigo
Que executa a secretária domingo, só que a serviço...
E se a mesma na fé depois resolve viajar,
O mais antigo traído se recusa a imaginar:
- Quem? Aquele safo ali? Ah, fala sério... se é com ele, pode ir...

Que beleza...

Diz o antigo:

Eu sou antigo, mas eu faço bonito, e as novinha dão grito...
Eu sou antigo, mas a sorte me escolhe, e as novinha dão mole...

E assim termina nossa história surreal
O novinho perdeu promoção, o antigo também,
E todos viveram felizes para sempre, no Sítio do Gama, Brasília, Brasil
Quem quiser pode ir lá conferir.
Novo não paga. Antigo lá só paga meia. É por isso que é sempre casa cheia...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Tempo e Dinheiro

Com ou sem acento, é uma questão simples. Tem gente que crê que tempo é dinheiro.
O Comandante de minha Unidade perguntou-me como estava minha vida de solteiro. Respondi, decerto irrefletidamente, que as mulheres de meu tempo são diferentes das que estava acostumado a lidar. A vida de divorciado pode ser boa, na medida de que em tais condições perdem-se os grandes receios da vida. É mais fácil decidir coisas difíceis quando não há “interferência” no nosso decidir. Quando casado, havia sempre a preocupação de evitar os dissabores de explicar à cara metade uma série de problemas, inclusive a possibilidade de passar alguns dias “guardado” na Unidade. A vida de sargento casado muitas vezes é inferno e paraíso, num paradoxo que certamente repercute em nossas vidas profissionais.
Noutras vezes há certa graça que se eu pudesse, compartilhava com todo o efetivo. Quem vai dizer que nunca teve vontade de fazer valer a realidade do que você deseja às pessoas com que se convive? Fazer a diferença é um dos objetivos que se acredita mais nobre em qualquer ser humano.
Pouca coisa é mais gratificante – e motivante – que a aplicação completa de todo o potencial pessoal. Quando penso no assunto, é porque muitas vezes observo as diferenças no árido terreno da cadeia de comando. Relaxemos. Nada do que há de ser escrito que possa ferir regulamentos. Não mais do que costuma acontecer em decorrência de nossas omissões.
É questão de se registrar, antes que se perca a oportunidade e propriedade, que dos quartéis saem os brasileiros mais disciplinados. Se é que é possível discernir disciplina e acatação sem confundi-la com a aceitação irrefletida dos constantes abusos aos quais muitas vezes é submetido o funcionalismo público, quer na esfera civil ou militar. O ponto positivo de um quartel é a rotina. Permite que o indivíduo se organize e se concentre. Arte da vida de quartel.
Por outro lado, o ambiente de rotina faz com que o ser humano perca um pouco da criatividade característica do meio civil. Quando aparece um problema no funcionamento no seio militar, sempre é um caso novo que deve ser pesquisado. Com iniciativa regulamentar às competências é muito comum que ninguém tome posição alguma. Trata-se de um limbo orientativo que se agrava nas forças militares desde a transição de governo iniciada com Ernesto Geisel para as mãos da sociedade civil. A maior parte dos dispositivos implantados pelos militares como forma de contenção do interesse escuso privado no poder público já não subsiste.
Cinco presidentes militares foram suficientes para iniciar a ratificação da meritocracia. Como na vida castrense, qualquer grupo depende da existência e preparo de pessoas que orientem-se à formação de um grupo coeso para a obtenção de objetivos de grupos ou instituições. Gente que saiba exatamente o que se passa e o que fazer.
O que em outras palavras significa agregar potenciais.
Admito assistir poucos programas televisivos.Talvez herança de uma geração que acreditava que a mesma resulta em alienação, o fato é que costumo escolher com objetividade meus canais. Canais abertos foram abolidos há alguns anos de minha residência, substituídos por um canal onde é apresentado um programa do universo empresarial chamado ManagemenTV, que é bastante interessante. Conforme aplico alguns conceitos que desejo à Sala Telegráfica, obtenho resultados impressionantes. Faço-o porque dependo de meus colegas de trabalho para que possamos dar vazão ao fluxo operacional e administrativo violento no caso de queda de nossos sistemas de segurança – essencialmente digitais. Sempre será necessário disponibilidade de grupos de comunicação eficazes o suficiente para transmitir mensagens tão rápido como era feito quando ainda utilizavam-se telégrafos.
A disposição da doutrina militar vigente em décadas passadas faziam uso da distribuição hierarquizada de pessoas consubstanciadas às necessidades do Estado. Com o advento do avanço tecnológico de meios, essa cultura perdeu-se entre redes e servidores, numa falsa crença que tudo o que é necessário para a segurança de um país deva-se sobremaneira à tecnologia de informação. Fosse a afirmação verdadeira, não haveria como explicar o insucesso de qualquer país em empreitadas militares na comunidade árabe. Toda tecnologia de combate propagandeada pela CNN na guerra do golfo não eclipsa o fato de ter falhado, em variados escopos, o embate bélico. Por pessoas comuns, sem redes de comunicação desenvolvidas, com velhas AK-47. O natural espírito aguerrido do árabe sugere sua superioridade aos seus eventuais invasores.
Constato constantemente que o Brasil estava mais seguro quando havia telegrafistas militares. Quando a comunicação operacional e administrativa passava obrigatoriamente por equipes de serviço. Era mais difícil combinar desordem. Quando o explico para as pessoas, muitas apresentam tendência de crer que desejo o retorno de máquinas telex ou manipuladores às posições operacionais das atualmente capengas salas telegráficas da Força Aérea. Não é nada disso. É uma questão conceitual:
É mais difícil transpor homens que máquinas. Você pode pular uma catraca, driblar uma fechadura eletrônica, contornar o caminho de um tanque de guerra. Não pode contornar um sentinela atento e armado.
Trata-se da crítica natural de um militar – e militante sentinela – que assiste efeitos dos embates externos e faz análise própria dos fatos. Na maioria das guerras modernas há de se atentar ao fato que tecnologia não tem poder de ocupação. Gente tem o poder de ocupação, o que devolve ao elemento humano a habilidade de organização para consecução dos objetivos de sua nação. Para o militar médio é difícil ver com bons olhos a disposição com que sistemas distintos apóiam-se de forma dependente da rede Intraer, por exemplo. Companheiros mais antigos manifestam timidamente algum grau de preocupação que, mesmo considerando pouco específico meu conhecimento em redes digitais, acredito procedentes.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Tenho uma fé muito grande em Deus, e utilizo-a na medida do possível na Força Aérea. E as duas vontades me movem em direção ao trabalho.
E toda vez que exagero um pouco e falta ferramentas, a inspiração vem. Inspiro-me com tudo: com as idéias, com a engenhosidade e as pessoas. Sem dúvida, o que mais tenho carinho é pelas pessoas.
Então quando perco um pouco a paciência, peço às pessoas que me não me levem a mal. É raro, mas acontece.
Mas antes de pedir a compreensão das pessoas, peço a orientação de Deus. E ele responde. Hoje mesmo, um bom homem chamado Gilson me deu uma dica. Vou guardá-la comigo.
Minha fé tem aumentado a cada dia, e a gente normalmente acha que tem o máximo de fé. Sempre há espaço para mais.
Tenho fé em várias coisas. Não é vã. É porque sei de onde vêm, de Deus. Vou explicar do meu jeito falho como isso se manifesta:
Na vontade das pessoas.
Deus “reforça” a vontade das pessoas. Através das pessoas se manifesta a vontade divina, e mundana. Tenho estado tranqüilo, nada me tira o sono. Eu é que gosto de ficar acordado à noite.
E na falta do que fazer – servir é meio parado quando não se é mais soldado – sirvo a vontade das outras pessoas como se fossem vontades de Deus. Tento tratar as outras pessoas o mais próximo possível do que gostaria que fossem tratadas por Deus. E tento também fazer a vontade de Deus entre as pessoas. Por isso falo demais. Às vezes acho que Deus gostaria de ser tagarela, como eu, para ter a sorte que tenho de se aproximar das pessoas. Mas o mistério – é o mistério! Só será revelado no momento. Momentum.
Mas tem o detalhe: você tem que saber exatamente quem é seu Deus. Evite agradar o deus errado. Inclusive desrespeitando a pontuação ortográfica.
Dado o alarde à minha volta, nas últimas semanas, minha intenção é apaziguar e explicar algumas coisas às pessoas, para que não se espantem com a tranqüilidade que manifestarei a partir do momento que publicar essa nota.
Acho que já provei meu ponto. É possível servir às pessoas. E quase de graça, quer um exemplo?
Das várias pessoas que conheço, as mais humildes eventualmente são mais felizes. É que os poderosos, como os ricos, sofrem assédios de todo tipo. Pedidos, recomendações, bajulações... é pouco provável que alguém realmente influente tenha bons momentos de tranqüilidade, conforme dos escritos de Lin Yutang.
Então, compadecido com algumas pessoas influentes que tinham problemas com gente aproveitando-se de sua boa vontade, ouvi-os com atenção.
Diziam que:
- o serviço militar não é para enriquecer;
- problemas legais dão trabalho;
- falta gente para trabalhar.
Guardei essas idéias. Olhei o ambiente à minha volta e busquei todos os processos possíveis para assegurar que essas pessoas influentes tivessem a certeza de que cada gestão tenha seu próprio “staff”. Não um monte de gente estranha fazendo pedidos absurdos.
Assim você consegue tempo.
Quem já leu o livro “Como Perder Amigos e Enfurecer Pessoas” entende o que se está falando. Esse livro destaca que a maior parte das coisas que nos atrapalha a concentração são as pessoas que influenciam negativamente sua concentração.
De acordo com o autor, a lógica diz que é importante mantê-los à distância.
Outro livro muito interessante foi de Jorge Motta. Os Três Poderes Informais de Brasília são uma expressão muito interessante da manifestação das boas e más idéias das pessoas. Durante a criação de Brasília, o poder que gera a riqueza e a segurança do país também pode gerar idiossincrasias pra lá de estranhas. De acordo com Jorge Motta – ex soldado – os três poderes informais de Brasília (TPIB) são a Mulher, a Amante e os Comensais.
Jorge Motta foi safo: escreveu bastante sobre os Comensais. Deu uma ou outra pincelada na questão das vontades da Mulher, mas não abordou as amantes.
Entendi que as amantes não eram relevantes, porque representavam um problema – não um ponto de apoio – para qualquer autoridade. Naturalmente, amantes têm pouca perspectiva ao longo do tempo. Na verdade, autoridade que é autoridade mesmo não tem tempo para amantes. Por isso amantes são irrelevantes, no livro de Jorge Motta.
Tem gente que diz que mulher de autoridade manda mais que o próprio. Na verdade, acho que um sempre é extensão do poder do outro. Por isso as famílias são sempre fortes: quando um casal decide unir forças, não há o que os detone. A não ser o próprio casal.
Agora, os comensais...
Esse é o real problema de Brasília. O povo que come à mesa das autoridades é realmente um problema. Por isso algumas atividades do estado são tão fechadas: para que não haja influência externa. O comensal foi descrito como um problema justamente porque obstrui o tempo, manipula e artificializa o ambiente. Isso é nefasto em qualquer atividade.
Jorge Motta, já civil, descreveu uma manobra defensiva exímia. Se tivesse sido após a CF/88, tinha exterminado o oponente com uma ou duas canetadas. Abstendo-se do combate posteriormente, o próprio comensal caiu por si mesmo.
Depois de descobrir a figura do comensal tomei um susto quando olhei em volta. Os comensais de hoje são diferentes. Sabem ser discretos em sua malvadeza – e isso é uma arte difícil. Mas os recursos para vencê-los já são vastos...
O problema é quando os comensais crêem que seu poder é infinito. Acham-se acima das autoridades, e é isso o que degrada o ambiente. Ninguém deveria tentar ser mais que quem provê sua força. Ponha-se no lugar de Deus: você gostaria que fizessem isso?
Ser Deus deve ser complicadíssimo. E a pior coisa que alguém que entende do assunto quer é um leigo dizendo que faz melhor. Incomoda.
Deus é que julga. E ele tem as pessoas certas imiscuídas à massa parva que nos cerca. Uma massa de gente que ainda não reconheceu em seu semelhante um pedacinho de Deus.
Pedacinhos que somos, não devemos deixar de combater o que nos corrói: a corrupção. Não a corrupção do próprio corpo, mas grupos corruptos. A corrupção é um câncer que corrói nosso cotidiano. Tem gente que é corrupta e sequer se dá conta.
Mas quem julga é Deus. E Ele tudo vê, através de nossos próprios olhos.
Como Deus está nas pessoas, ele deve se manifestar. Em cada um.
No Comandante de cada Força, e de cada Unidade.
Nos Juízes, advogados, agentes...
No operador reprográfico, no editor...
No Oficial de Dia e no Oficial de Justiça.
Em você. Seja feita sua – que também é a minha, a vossa vontade!
Mas principalmente a de Deus.
Amém, é ou não é?

PS: fiquei sabendo que tem gente sugerindo meu nome para Conselho de Disciplina ou avaliação psicológica. Bobagem. Ter fé na lei não é loucura nem transgressão. Mesmo na lei do homem, pálida cópia da divina.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Mentalidade Financeira

Os milionários pensam a longo prazo.
A classe média pensa a curto prazo.

A sociedade pode ser dividida em cinco grupos de pessoas: as muito pobres, as pobres, as de classe média, as ricas e as milionárias. Cada um desses grupos raciocina de maneira diferente em relação ao dinheiro. O pensamento das pessoas muito pobres está voltado para cada dia; o das pessoas pobres, para cada semana; o da classe média, para cada mês; o das pessoas ricas, para cada ano e o dos milionários para cada década.

A mentalidade desses cinco grupos sociais evidencia três objetivos básicos. No caso das pessoas pobres e muito pobres trata-se da sobrevivência. Para a classe média, a meta é o conforto, enquanto para os ricos e os milionários é a liberdade.

O que faz com que os indivíduos pobres e muito pobres busquem a sobrevivência e os da classe média almejem o conforto é a mentalidade de escassez. Eles acreditam que não há dinheiro bastante para que todos tenham mais do que o suficiente. Mas as pessoas ricas e os milionários sabem que isso não é verdade.

A quantidade de dinheiro que uma pessoa ganha está intimamente relacionada com suas crenças nessa área. Se ela cultiva uma mentalidade de escassez, seu objetivo básico será sobreviver ou ter apenas o suficiente para obter conforto. Quem possui uma mentalidade de abundância perseguirá a liberdade financeira. O ditado que diz “procure e encontrará” é verdadeiro quando se trata desse assunto. De fato, obtemos aquilo que buscamos na vida. Se queremos sobreviver, é isso o que acontecerá. Se almejamos o conforto, é o que vamos conseguir. Se desejamos ter liberdade, a conquistaremos.

Existe poder no pensamento a longo prazo. Ele pode tornar você uma pessoa rica e fará isso desde que seja adotado como um hábito.

Observemos a fundo esses cinco grupos sociais.

Pensar em termos de cada dia é peculiar às pessoas muito pobres, como pedintes e trabalhadores ocasionais.

O pensamento que está voltado para cada semana é característico das pessoas pobres, entre as quais estão as que realizam trabalhos de baixa remuneração e mal conseguem pagar suas contas.

A atenção dirigida a cada mês é peculiar às pessoa da classe média. Sua preocupação é com as contas mensais como aluguel, prestações do carro, fatura do cartão de crédito, etc.

Pensar em termos de cada ano é típico das pessoas ricas. Isso mostra que elas estão começando a aprender sobre responsabilidade fiscal, finanças e investimentos.

O pensamento que se concentra em décadas é o que distingue os milionários, revelando a existência de planos de negócios a longo prazo. É nesse patamar que as pessoas aprendem meios legais de evitar o pagamento de tributos para que seu dinheiro continue a trabalhar para elas. Nessa faixa, ficam sabendo como legar seus bens para gerações futuras sem que o governo tome parte daquilo que se dedicaram a construir ao longo da vida.


Expanda seu pensamento para alcançar o futuro

Quanto mais você conseguir estender seu pensamento até o futuro, mais rico conseguirá ser. A maioria dos multimilionários faz planos de negócios cuja duração é de pelo menos 10 anos.

Quando resolvi pensar em termos anuais pela primeira vez, minha renda começou a aumentar. Eu me fazia perguntas do tipo: “O que posso fazer para dobrar meu faturamento este ano?”, “Que meios posso usar para pagar menos impostos este ano sem desrespeitar a lei?”. Como já tinha visto esse princípio do pensamento a longo prazo na vida dos meus orientadores financeiros, isso me desafiou a observar com mais cuidado meu futuro. Agora tenho planos de negócios com duração de 20 anos. Dedico regularmente parte do meu tempo a pensar sobre o que quero que minha vida seja daqui a 5, 10 e 20 anos. Depois crio planos para atingir esses objetivos.

Como você quer que sua vida seja daqui a 10 anos?

Reflita sobre isso e comece a planejar. Pensar a longo prazo requer paciência – e esta é um ativo na vida dos bem sucedidos, enquanto a impaciência é um passivo na vida do homem comum.

As pessoas da classe média desejam satisfação imediata. Eu mesmo fui assim durante anos. Sempre que queria algo, comprava com o cartão de crédito ou economizava um pouquinho e pagava com o valor que tinha conseguido poupar. Agora espero antes de adquirir alguma coisa, pois meu objetivo é ter mais liberdade, e não conforto.

Quem é rico ou bem sucedido desenvolveu a disciplina de adiar o sentimento de satisfação. Os bem sucedidos fazem hoje o que os outros não fazem para que amanhã tenham o que os outros não têm. Quem cultiva uma mentalidade dos muito pobres, das pobres ou classe média jamais será livre. Conquistar cada vez mais liberdade é o objetivo dos indivíduos ricos e dos milionários. Eles adoram ter o controle da própria vida.

Pessoas mal sucedidas, as pobres e as da classe média põem o controle de sua vida nas mãos dos outros – que, ironicamente, são os ricos e os bem sucedidos.

Os bem sucedidos dão mais valor à liberdade do que ao conforto, e por esse motivo conseguem as duas coisas.

Como a classe média prefere o conforto à liberdade, ela jamais se liberta.

Pense a longo prazo em todas as áreas de sua vida

O princípio de pensar a longo prazo não se aplica apenas às finanças, mas a todas as áreas da vida. É importante, por exemplo, adotar esse comportamento quando se trata dos relacionamentos. Agindo dessa maneira, demonstramos mais respeito pelos outros e nos orientamos por uma perspectiva em que todos ganham.

Se você pensar a curto prazo na área dos relacionamentos, estará buscando aquilo que os outros podem fazer por você e acabará usando as pessoa como um meio para determinado fim. Caso você seja alguém que sempre se vale dos outros em benefício próprio, existe a chance de que venha a ser um solitário, principalmente no fim da vida.

Os bem sucedidos desenvolvem relacionamentos de longo prazo, o que também os ajuda a obter um sucesso financeiro duradouro. Eles pensam em como podem servir melhor a família, os amigos e os clientes.

Quando chegamos ao fim da vida, são os relacionamentos que criamos que fazem de nós pessoas ricas de verdade. Pergunte a si mesmo, com freqüência, como criar vínculos mais fortes e produtos com quem você ama.

Assim como existem pessoas que são muito pobres financeiramente, há também aquelas que são paupérrimas em termos emocionais. Esses são os indivíduos que não conseguem amar, os que são incapazes de ser pacientes e gentis, os que nunca perdoam e os que se enraivecem com facilidade. Concentre-se em se tornar bem-sucedido também no que diz respeito às suas emoções.

Ser rico nos relacionamentos é mais do que ter sucesso. É ter uma vida com sentido. É realizar-se.

O êxito financeiro sem a satisfação nos relacionamentos não é recompensador. Pense a longo prazo na sua vida financeira e na sua vida emocional.


É importante pensar a longo prazo em sua saúde física. Se fizer isso, você reservará um tempo para exercitar o corpo e se alimentará de maneira mais saudável. Caso contrário, vai negligenciar a atividade física e comer muita bobagem. É possível que você fique acima do peso e viva sem energia. Pensar a longo prazo na sua saúde lhe dará forças e disposição para conquistar mais sucesso financeiro.

Todas as áreas da vida estão conectadas, por isso pensar a longo prazo em cada uma delas melhorará todo o conjunto.

É necessário também pensar a longo prazo na sua vida mental. Você gostaria de viver pensando em quê? Existe algum assunto específico que lhe interesse? A que você gosta de dedicar a energia da sua mente?

As pessoas que vivem pensando nas coisas que as estimulam e despertam sua inspiração estão sempre numa incrível paz de espírito. Quem reclama e gasta energia mental com assuntos de que não gosta pode ser considerado pobre em termos mentais.

Esse tipo de pessoa vive com muito estresse. Você gostaria de aumentar sua paz de espírito? Em caso afirmativo, comece a pesar a longo prazo na vida mental. Direcione energia para os assuntos que você aprecia. Dedique-se aos campos de interesse que o inspiram. Encontre um meio de ganhar dinheiro nas áreas em que você gosta de pensar.

Este é o segredo de muitos homens bem sucedidos: eles enriquecem fazendo aquilo de que mais gostam. Isso os torna ricos em termos mentais e financeiros. Pense a longo prazo em todas as áreas da vida, não apenas quando se trata de dinheiro.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Zé Pequeno

Escrever sobre coisas difíceis é difícil porque é importante haver coerência e tato. É importante escrever sobre assuntos mornos.

Fiz meu dever de casa. Pessoas tidas por hiperativas têm a mania de procurar profissionais da área de psicologia e seus tratamentos. Para não dar esse tipo de trabalho para os outros, tenho meus próprios métodos de relaxamento. São tão diversificados quanto os gastos o permitam.

Uma das mais gostosas – e cansativas – é pescar. Tudo o que vice precisa é de um molinete, linha e anzóis. Mesmo as iscas muitas vezes podem ser obtidas no local. O Goiás é um dos estados melhores providos em rios de pouca largura, e isso não significa que não tenha peixes. Ou seja: pescar é uma boa para quem está de qualquer modo preso à cidade.

Outro bom recurso para evitar as desconfortáveis – e mormente inúteis – conversas com gente diplomada em loucuras é fazer MotoCross nas estradas goianas. Um barato, só que também despende dinheiro. E exige uma moto.

Então o hobby usual é manutenção veicular. Consertar o carro para a semana que inicia. Mas nesse final de semana fiz um lance diferente.

Uma das recomendações mais constantes que um amigo que freqüentou consultórios acolchoados foi adquirir um aquário.

Fiquei viciado nesse hobby. Comecei com um aquário modesto, e hoje tenho dois. Faço várias experiências relativas ao comportamento dos peixes. Quando a gente não conhece o universo próprio desses animais domesticáveis, a gente pensa que é tudo igual. A realidade é que os peixes são tão diversificados em seus hábitos quanto nós. Os soberbos humanos.

Há peixes agressivos, peixes pacíficos. Peixes de personalidade agitada, outros de movimentos moderados... um aquário é sem dúvida tão dinâmico quanto qualquer setor de trabalho. A questão de quem possui um aquário é a mesma de qualquer cidadão: obter o equilíbrio do ambiente. Estabilizar o aquário.

O problema é que para obter um aquário devidamente estabilizado é necessário uma série de fatores. Por incrível que pareça não é difícil obter um bom resultado, mesmo sem a biologia apropriada.

Se você quiser ter um aquário ordinário, com peixes pouco diversificados, você pode dotar um aquário de uma bomba biológica e algumas piabas. Piabas são peixes extremamente resistentes, não necessitando sequer aquecedor para a água. Não crescem mas são vorazes contra peixes que estejam em menor número.

A presença de piabas no aquário de peixes ornamentais causa estresse às demais espécies. Sentindo-se ameaçados, os peixes deixam de se movimentar livremente no aquário – e exercitarem naturalmente. Isso causa o definhar crônico de várias espécies.

Há peixes que necessitam de maior oxigenação e controle de acidez da água. Água também pode ser “viciada” em amônia como o ambiente pode ficar saturado de cigarro. Alguns peixes são mais tolerantes à amônia. Peixes como o Dojo e o Coliza.

Entretanto, não é interessante mantê-los em água fria. Afeta seu apetite e sua longevidade.

Então eu tenho atualmente dois aquários: um com piabas de água fria e outro de ornamentais. É como se simulasse dois ambientes distintos: o ambiente de tropa de um batalhão de piabas e um ambiente de comando: os ágeis Dojo e os atentos Coliza Super Blue.

Bacana foi quando comprei o Oscar. Identifiquei-me com o peixe imediatamente. Ele presta uma atenção danada em volta. E me reconhece. A questão é que quando cheguei em casa percebi estar na mesma situação operacional. Não que me considere pessoalmente um peixe, mas transito entre a tropa e o comando com o mesmo desembaraço de um Oscar.

O que fazer com um peixe que fica voraz conforme cresce?

Pus o Oscar no aquário das piabas. Piaba não é um bicho burro. Come de tudo, mas sabe o risco de enfrentar um peixe de boca maior. O Oscar, por seu lado, não ataca mas se volta em atitude agressiva decidida a todo momento. As piabas aproximam-se devagar. Uma delas tentou mordiscar seu rabo e foi rechaçada com uma abocanhada forte. O “estalido” característico causou um “piaba-voa” que manteve os oponentes à distância o resto do dia. Percebi que se mantivesse o mini-predador naquele aquário não sobraria nem o chefe. Uma piaba grande, sobra de uma pescaria. Mesmo assim, uma ordinária piaba.

Removi o pequeno Oscar para o aquário dos ornamentais. Não pensei muito, porque neste caso quem pensa não age. Cinco Dojos, quatro Coliza e um Oscar. Eu tinha observado que o Oscar tocava um terror entre as piabas, então passei a chamá-lo “Zé Pequeno”.

Zé pequeno vai crescer. Só não pode furunfar com as enguia. E seria difícil. Os Dojo são muito mais ágeis que os Oscar. E esguios. E os Coliza são meio mansos. Ou seja: pus o Zé Pequeno na boca rica. A estratégia é óbvia: se deixar com as piabas ele vai se estressar e comer todas as pequenas. De quebra vai mutilar as restantes. Um prejuízo para a próxima pescaria. Então pus junto com outros peixes de “comando” para educá-lo com mais polidez. Tem dado certo. Não houve uma agressão durante todo o dia no aquário “boca rica”! Conforme o aquário fique pequeno, mude o aquário.

Como disse, identifiquei-me com o Oscar. Uma de suas características é que cresce devagar, mas atinge porte que possibilita confundi-lo com um pequeno tucunaré. Em seu aquário. Imagine...

O problema é que como os Oscar são longevos, costumam passar por vários tratadores. É muito comum que o Oscar tenha ao longo de sua vida uma vida de adaptação, como tudo o que parece perfeito na natureza. Quem não se adapta, perece. Quando passam por muitos tratadores, os Oscar costumam ficar mais arredios e mal humorados com os humanos.

O Oscar em ambiente agressivo torna-se predador. São capazes de enfrentar piranhas individualmente ou em grupo, adaptando-se a oponentes mais ágeis.

Já em ambiente o Oscar pacífico permite eventualmente o contato manual com seu criador. Isso o torna um peixe interativo. Algo como um cão de aquário. Muitas vezes sinto-me tentado a desculpar-me por meu modo polido de descrever os pequenos prazeres eventuais, mas um aquário é um excelente aprendizado. A gente percebe o quanto o ambiente afeta um sistema biológico contínuo. O vigor de um aquário muitas vezes se assemelha às nossas atividades humanas. Qualquer tipo de atividade.

Se você deseja um desempenho de predadores, não pode confiar um aquário a Dojos. São peixes ornamentais, não são capazes de digerir um rato. Essa curiosidade de criança mesmo um adulto tem. Um aquário de piranhas pode ser alimentado com ração ou pequenos camundongos. É um show natural que causa uma ou outra comoção materna, mas a maioria das crianças gosta. E o aprendizado permanece consciente em suas mentes: não confiem em riachos amazônicos. Há piranhas lá. Se tudo o que um adulto precisa para que uma criança cresça sem acidentes desse tipo é sacrificar um rato, o trato é justo.

Em outras culturas, jogaríamos um eunuco no rio. E riríamos às gargalhadas ter negado as genitálias para os peixes. Condeno a atitude pessoalmente? Claro!
Peixes também apreciam nosso “caviar”. Na verdade, comem de tudo. Por isso é importante mostrar às crianças que não devemos jogar coisas contaminantes no aquário. Os peixes morrem, mas antes de morrerem ficam doentes. Um peixe doente não é bom para o consumo humano. Os de aquário ficam mais sadios sob alimentação controlada do ambiente. Excesso de comida não superalimenta o peixe, mas gera amônia.
Esse é o segredo que as pessoas que tiveram aquário e não conseguiram mantê-lo não perceberam: pôr comida demais para os peixes geram amônia na água.

A água passa a exalar um odor forte e ácido. Algo como o aroma de água parada em alguns alagadiços. Esse tipo de ambiente aquático tem pouca oxigenação e formação de amônia. O aumento da “acidez” da água agride as mucosas do peixe e sua alimentação torna-se precária.

O segredo para um bom aquário é o controle biológico. Você precisa de um aquário grande, um filtro biológico (produz bolhas de ar) e um compressor com difusor de bolhas. Assim você consegue oxigenação. Oxigênio é um dos fatores que permitem que os peixes mantenham sua saúde e se reproduzam eventualmente.

Além desses três itens, outros dois: o aquecedor e o filtro fisiológico. O filtro fisiológico é o que “filtra” a água e retém as impurezas. Limpar o filtro com regularidade, alimentar adequadamente os peixes e verificar a acidez. A água pode apresentar deficiências de sais, oposta à acidez. Água alcalina.

Para todo problema do aquário há produtos específicos. Quanto mais gente pratica a cultura de peixes ornamentais, mais lojas e fornecedores, mais criações de espécies que eventualmente se perdem pela ação do homem. É possível que no futuro haja peixes que existam em aquários, e raramente na natureza.

Eu escolhi o Oscar. Zé Pequeno é meu peixe.