segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Paródia: “A Coisa – Ivon Curi”

Um dia fui à Fab
Pronto pra trabalhar
E vi por entre as teias
Uma pasta a arquivar
Peguei depressa a pasta, - uh!!!
Meu Deus que será isso?!?
Lá dentro havia uma NPA que eu nunca tinha visto
Levei ao cabo velho, a pasta a toda pressa
O cabo abriu a pasta, gritou “que história é essa?”
Ficou indignadíssimo e disse com certa malícia
Se livra logo dessa NPA, ou vai virar notícia

Peguei a velha pasta, sem o menor receio
CENDOC, guarda isso há anos... Mandei pelo correio
O chefe do CENDOC devolve aquela maravilha
“Não quero saber dessa NPA, na pensão da minha filha!”

Não posso compreender porque ninguém a quer
Por isso decidi guardar com minha mulher
“Meu bem, mantemos com a gente?”
“Oh, que coragem a sua!”
Mas quando ela leu a NPA me pôs no olho da rua

Um sub velho cansado: “ajudem minha chefia”
Peguei aquela NPA, leva pra sua salinha
O sub deu um grito, saiu de quepe na rua
Minha chefia não quer essa NPA, porque não dá pra tua?

A moral dessa história
É fácil de tirar
Se alguém achar uma pasta
Mesmo ao capinar
Espie com cuidado
Pra ver o que e que há
Se dentro houver uma NPA, deixe em seu lugar.

O Cara

Não costumo me enturmar com gente que ganha dinheiro demais. Na maioria dos casos, ter dinheiro demais te predispõe à preguiça de não fazer pequenas tarefas interessantes. Tanto eu, quanto a maioria de meus amigos concordam que é ótimo saber sair de uma pane mecânica do automóvel sem recorrer ao mecânico. Há locais onde não há mecânicos, e é exatamente nesses locais que gosto de andar.
“-É o cara!” – uma frase que ouvi muito ao longo de incursões no Goiás. Costumo observar que os mecânicos das oficinas autorizadas são bons. São treinados para substituir e regular as peças voltando motores ao estado de novo. Qualquer primata bem treinado consegue.
Agora, o que eu já vi de gambiarra que gente comum é capaz de fazer para sair do “prego” não tá no gibi. Há mais de dez anos, o fusca de meu pai não queria funcionar nem no tranco. As baterias daquele tempo eram muito menos eficazes que hoje, e após algumas tentativas a descida estava acabando.
Ao longe, uma equipe de serviços gerais capinava o clube – Clube Almirante Alexandrino, salvo engano. E observava. Alguns minutos depois, perguntavam o problema. Lembro-me perfeitamente de um deles ter falado alto: ”O ‘Pulgão’ conserta!” e em dois minutos apareceu um camarada que não parecia entender nada de automóveis. Acho que eu tinha uns 12 anos, a idade limite para o curso de vela, classe Optimist. Desisti do curso, mas costumava ler toda sorte de revistas e livros de mecânica automotiva, e não pus a menor fé que o camarada que estava capinando conseguisse resolver o problema.
Para meu espanto, o cara foi direto no problema. Levantou o banco traseiro e acesso o conjunto bateria-regulador, deu uma alisada embaixo do regulador de voltagem e disse para dar um tranco. O carro era a álcool na época, e pegou na primeira tentativa.
A primeira coisa que lembro ter ouvido foi um dos funcionários dizendo: ”É o cara!”
Minha surpresa foi tamanha, que passei a prestar mais atenção às capacidades de um ou outro indivíduo mais safo que encontrei no decorrer do tempo. Uma vez vi gente sair da pane aplicando um pano molhado no corpo da bobina de ignição, ouvi falar até de por ovo cru em radiadores para conter vazamentos. Acho que a tecnologia mecânica favorecia sair do sufoco.
A tecnologia eletrônica mudou tudo o que era característico dos automóveis e motoristas. Era muito comum, caso seu veículo apresentasse defeito, que algum “Pulgão safo” se propusesse a ajudar. Isso acontecia com certa freqüência na década de 70 e 80.
Mas após a Injeção Eletrônica, Ignição Eletrônica e seus derivados, é muito pouco provável que se consiga pôr em funcionamento qualquer veículo sem a necessidade de um mecânico especializado. E ferramentas especializadas.
Daí que essa é minha crônica, que escrevi para justificar-me às pessoas. Tem gente que acha uma atitude estranha agir de modo diferente para a mesma situação. Quando vejo alguém na rua com problemas no carro, às vezes paro para ajudar, e às vezes não. Por incrível que pareça, não costumo parar para carros novos. Quem tem um carro novo tem que ter o cartão de guinchos, essas coisas. Seguro. E quando o carro é velho, só paro quando tenho bastante tempo disponível. E ferramentas.
“O cara” para os brasileiros corresponde a “The One”, para os americanos. A gente traduz por “o escolhido” – “The chosen one”. No universo automotivo tem o cara da lanternagem, o cara da parte elétrica, o cara do vidro elétrico... mas se conhecer alguém que saiba de tudo, já não é o cara. É “the one”!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Anti-Tabaco

Lei antifumo em Nova York é estendida para praias e parques
A proibição deve abranger ainda a Times Square. Trata-se de uma das mais duras ações adotada por uma metrópole no mundo
O conselho municipal (equivalente a câmara dos vereadores) de Nova York aprovou uma ampliação na legislação antifumo em vigor na cidade americana, transformando-a em uma das mais duras adotadas por uma metrópole no mundo.

Desde 2003 é proibido fumar em bares e restaurantes de Nova York. Com a nova mudança, também será proibido fumar em qualquer um dos 1,7 mil parques públicos da cidade e nos seus 23 km de praias.
A proibição também deve abranger praças para pedestres – como é o caso de Times Square, em Manhattan, um dos principais pontos turísticos nova-iorquinos.
De acordo com o jornal The New York Times, somente atores fumando durante cenas de produções para cinema ou televisão estão livres das restrições.

A proibição passará a valer 90 dias após ser assinada pelo prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, e ele tem 20 dias para fazê-lo.

Direitos

"Neste verão, os novaiorquinos que vão para nossos parques e praias para se divertirem e terem um pouco de ar fresco poderão respirar um ar ainda mais limpo e sentar em uma praia que não esteja cheia de bitucas de cigarro", disse Bloomberg após a votação do conselho.

Quando a lei entrar em vigor, o Departamento de Parques da cidade terá o poder de impor aos fumantes multas semelhantes às multas para pedir esmola ou urinar em público, em valores abaixo de US$ 100 (cerca de R$ 166).

Mas a prefeitura espera que os próprios cidadãos sigam a lei espontaneamente, lembrando uns aos outros da proibição. O conselho municipal disse que a polícia não será responsável pela imposição da nova proibição.

Alguns dos membros do conselho que votaram contra a medida a denunciaram como infração dos direitos individuais.

"Eu realmente acredito que o governo está sendo muito restritivo neste assunto particular", disse Robert Jackson, um democrata do bairro do Harlem. "Uma sociedade totalitária tem esse tipo de restrições."

Outras importantes cidades americanas adotaram leis severas para conter o tabagismo. Em Los Angeles é proibido fumar em parques municipais, e em Chicago não se pode fumar em parques com área para crianças.