terça-feira, 26 de outubro de 2010

Memórias do Cárcere

231010 – As palavras têm diferenças. O significado pode variar como a manga comestível e a manga de camisa. É importante pedir a Deus discernimento entre as coisas para que tudo dê certo. Não sou Deus.
A primeira vez que ouvi a palavra adicção me confundi. Pensei que minha psicóloga queria consertar meu modo de falar, talvez a velocidade de expressão, que é consubstanciada na dicção. Ela falava do meu SUPOSTO vício de fumar marijuana. Não deu tempo de dizer que não sou viciado em marafa, hemp, e outras formas de se chamar maconha. Não sou um maconheiro viciado, e sim um usuário eventual.
Há diferenças entre todos os termos. Um usuário é diferente de um viciado porque não tem dependência visceral do uso constante – não possui o vício. Vício é quando o camarada simplesmente não consegue ficar sem dar um teco, uma bola ou uma injetada. Uma pessoa pode ser viciada em computadores e viver a vida inteira com um prazer quase patológico de jogar online. Outra pode gostar de jogar de vez em quando para eliminar o estresse. Cada um tem sua dose do seu remédio psicológico, mesmo sem receita psiquiátrica.
Então vamos às diferenças: usuário leve é aquele que faz uso recreativo de qualquer substância, que pode ser química ou não. Substâncias químicas são aquelas produzidas artificialmente com o objetivo específico atingido de cada fórmula. Substâncias naturais são as produzidas de plantas e que fornecem também resultados específicos almejados pelas pessoas.
Logo, químico é diferente de natural.
Se você trata um problema cardíaco com medicina convencional, vai condicionar seu corpo a admitir um remédio que não pode ser reduzido a quantidade. Esquecer de tomar uma pílula para coração e ficar nervoso pode significar a morte.
Por outro lado, se combate os problemas do coração com remédios naturais, pratica esportes e faz visitas regulares ao hospital, saberá se será necessário ou não utilizar substâncias químicas. Substâncias químicas são último recurso, não o primeiro, como costuma ser na vida de qualquer viciado.
O termo certo em português é viciado, não “adicto”. Adicto não existe na Nomenclatura Gramatical Brasileira, você certamente não vai encontrar em nenhum dicionário reconhecido. Quem necessita ansiosamente da química da cocaína, heroína e correlatos para adquirir prazer é um viciado. Não um adicto.
E tem outra faceta: quem necessita de produtos naturais também pode ser um viciado. Um viciado em maconha é um maconheiro. Um maconheiro não pode ser preso peslo fato de necessitar patologicamente de um produto que deve ser prescrito em nenhum hospital, ou mesmo nenhuma cadeia. Na verdade, na cadeia não se prescreve qualquer medicamento – o que impede que qualquer viciado seja preso. Viciados, por regra internacional, devem ser tratados.
O curioso é o erro da lei. As pessoas não sabem ler bulas de remédio e acreditam entender de legislação. Para gostar de legislação, o cara tem que ser viciado em leis. E eu sou um “adicto” em legislação. Gosto de tudo o que se refere à organização social de nossas vidas. Isso nos torna mais fortes, mais serenos e muito mais úteis à sociedade. Pode-ser dizer que os homens que são viciados em legislação são os melhores advogados e juízes que nossa sociedade pode possuir por compreender melhor as pessoas, e resolver de modo mais prático e ágil aqueles problemas que os normalóides não conseguem. Ser viciado em leis é uma questão de inteligência ou esforço. Pessoalmente não me considero um homem inteligente – os verdadeiros viciados em informação. Considero-me alguém esforçado, um usuário eventual das informações que me chegam.
Por gostar de legislação, identifiquei que um usuário de cocaína pode ser preso, e um usuário de maconha – em tese – não poderia. Isso se dá porque a produção de um item e outro são diferentes. Cocaína é tráfico internacional, significa que alguém conseguiu folhas de coca e produziu um subproduto onde conta-se utilizar até solução de bateria na sua confecção. Ou seja: o usuário de cocaína, além de portar uma pequena dose do produto de uma importação criminosa, ainda está comprometendo seu próprio organismo pela ingestão de um produto sem referência de origem. Referência de origem é o que assegura a eficácia de qualquer remédio.
Já meu caso – usuário eventual de maconha – significa que posso não estar transgredindo lei internacional nenhuma. Maconha não é químico, e é tão eficaz quanto qualquer chá de maracujá. Adicionalmente ainda dá efeitos de percepção que são reconhecidos pela comunidade médica. Pela lei, ninguém pode ser submetido a tratamento médico contra sua vontade. Não lembro ao certo se isso é regra constitucional ou do código Penal Brasileiro. O fato é que ninguém é obrigado a tratamento degradante ou humilhatório. Tal qual ser internado pelo uso de uma planta tão medicinal quanto o chá da mamãe ou o café do papai. Santos remédios anti ansiolíticos.
Raros são os pais que detém o conhecimento dos antigos. Aqueles coroas chatos para caramba que entendem de ervas porque viam os avós utilizando, os avós dos avós, e por aí vai. Hoje, os pais confiam nos médicos e terceirizam conhecimentos básicos que auxiliam a curar uma gripe sem necessidade de uma química receitada. Isso movimenta milhões para indústrias farmacêuticas e não é o objetivo dessa pesquisa tecer juízos de se é bom ou ruim. Pesquiso como estudante, verificando caso a caso o que é melhor para cada indivíduo.

Os indivíduos sabem o que faz bem ou mal. Experimentam de tudo, e é por isso que utilizei a internet para saber com precisão o que pode ser mais “comum” aos viciados, usuários leves ou mesmo pessoas que não conhecem o poder de cura dos anti-ansiolíticos naturais.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Medicina Alternativa

Um troço que não consegui entender.
Há algum tempo pesquisei alguns lances sobre os remédios tarja verde. A pesquisa me levou à descoberta de uma classificação do Ministério da Saúde que de modo muito claro dizia que alguns remédios eram reconhecidos internacionalmente. Dentre eles o Dromidol.
A questão é que fui internado à força – literalmente – por algumas atividades que nada tinham a ver com meu hábito eventual de fumar maconha. Fumava eventualmente durante o dia para segurar a onda de ser milico e tolerar um chefe extremamente bizarro. O cara, num modo simples de dizer, voltou dos mortos. Quando acaba o tempo de serviço a gente não costuma recontratar ninguém e o cara além de voltar das trevas ainda fodeu todo mundo antes de fazê-lo. A Constituição Federal proíbe essa “façanha”. Ainda assim, o Comando da Aeronáutica fazia vista grossa.
Cúmplice, eu? Nunca. Por isso fiz denúncia ao Ministério Público, o que me rendeu um “cala boca” com direito a internação numa clínica psiquiátrica. Um saco passar quarenta dias repensando a vitória. Custou-me pouco, caso tenha êxito. Mas o assunto não é esse.
Saí da clínica classificado em Transtorno Bipolar Afetivo. Tomando cerca de quatro remédios diferentes. O pior é saber que não tenho porra nenhuma, a não ser o que possa ser relacionado ao trabalho. Sorte não ser caso de reforma. Vou continuar enchendo o saco de muita gente, caso não modifiquem a situação pelo menos na unidade onde estiver servindo. O contribuinte exige isso de quem tenha a sorte de ser militar.
Daí comecei a pesquisa de remédios que substituam a quantidade abusiva de química que meu organismo foi obrigado a se submeter. O resultado é que no meu caso um bom chá de flor de maracujá possa ter um bom resultado. Logo pra que eu me livre do monte de química, tenho que pesquisar.
E encontrei mais gente fazendo pesquisa. A questão é que estão indo direto para o fumo de canabis. A idéia que tenho é diferente. Já que a música diz “É proibido fumar”, então masca.
Chiclempa. Foi o nome que decidi dar para o chiclete de marafa. A idéia é uma quantidade dosada para cada organismo, de acordo com o quadro psíquico de cada cliente. Algo que faria a Farmacotécnica morrer de raiva.
E os reais vendedores de drogas – as drogarias – perderem uma boa parte de seus clientes. Consegue imaginar alguém querendo tomar um Rivotril ao invés de mascar um inofensivo chiclete?
Esse é o futuro. Tomara que alguém patenteie primeiro a idéia.
Daí eu faço o genérico.
Tarja Amarela.
Igual à Amarela 2000. Um genérico que deu certo, ao menos para mim.