sexta-feira, 12 de março de 2010

Pane

Trambulador VW
• Para retirar o trambulador são 3 operações:

1) Remover a haste articulada forçando para baixo nessa região (mas com cuidado) com uma chave de fenda bem grande colocando ela entre o cambio e a haste e fazendo alavanca.

2) Folgar a abraçadeira que une o trambulador ao varão (aquela haste preta que vem do interior do veículo) e retirar totalmente o parafuso senão não sai. Procure memorizar a posição que estava mais ou menos.

3) Folgar o parafuso que une o trambulador ao eixo que sai do cambio (normalmente é um parafuso de cabeça quadrada)

Ele vai sair na sua mão...

Na montagem faça o inverso mas cuidado no passo 2. Deixe ele por ultimo. É o ponto mais importante pois essa é a principal regulagem da alavanca. Peça pra alguem ficar dentro do carro e segurar a alavanca bem centralizada enquanto você aperta a abraçadeira. Se depois não engatar todas as marchas faça a compensação folgando um pouco a abraçadeira e pedindo pra pessoa inclinar um pouco mais a alavanca pro lado oposto ao da marcha que se deseja engatar.
Ou seja: mais um item para tomar algum tempo. A garagem está desfalcada.

• Quantum
• Saveiro
• RD 350
• Bros 150

A RD 350 não funciona há anos. A Quantum fundiu o motor há um mês e meio ou dois. A Bros está sem placa e a Saveiro apresentou problemas na transmissão. Indícios de um bom momento para passar algum tempo em casa.
Tudo toma tempo do praça. Sem empregada doméstica, é necessário disponibilizar tempo para lavar as roupas. O mesmo acontece quanto à regularidade de alimentação. Solteiro não tem hora certa nem paradeiro para almoçar.
A energia se esvai.
Tenho em andamento uma pesquisa séria que desenvolvo há mais ou menos um ano na área de alimentação que converge conceitos de ordenação de produção, investimento multinível, adaptados à produção de sanduíches e cachorros-quentes. Já não é muito fácil ser criativo com as restrições convencionais. Quando há danos nos veículos ou no laptop, a coisa se agrava.
Sinto falta de minha filha. Sorte (?) ela não sentir o mesmo. Isso me corrói cronicamente por dentro, e muitas vezes vejo-me desumanizado. Um autômato.
Vou ao trabalho, meu chefe é um bajulador. Introduziu o lobby no ambiente operacional militar. Um herege. Acabou seu tempo de serviço e enrolou todo mundo para manter-se na cadeira de chefe – que deveria ter sido passada ao sucessor de direito. Discordo de sua importância.
Mulheres? Poucas são adequadas. Mesmo as que a gente cuida e se dedica podem tornar-se sem valor. No campo das vaidades femininas, não houve nada mais danoso às relações que a falsa sensação de poder que experimentam nos dias de hoje. Liberdade não é poder. É liberdade.
Poder é a capacidade de realizar algo.
A maior parte dos homens é limitado por uma mulher. No caso do solteiro, várias. Sendo difícil manter uma mulher contente anos a fio, o mesmo pode ser dito quanto a várias ao mesmo tempo, o que leva a crer que o homem deva dividir seu tempo livre com o menor número possível delas. A menor quantidade possível é uma.
Zero é inadmissível. Dado a quantidade de mulheres que necessitam quase patologicamente de atenção, muitas personalidades tornam-se tristes por não encontrar alguém apropriado. A maior parte sequer chega a sabê-lo.
E os homens – dentre os quais tenho a mim por exemplo raro – também têm suas dificuldades. A velha questão da grama do vizinho.
Diz-se que “a grama do vizinho sempre parece mais verde”. Não refiro-me à esposa em si, mesmo porque sou contra desejar a mulher do próximo. Alude ao que se observa diariamente: o homem casado sente-se confinado no paraíso. Por perfeita que seja a vida a dois, é como estar preso a somente um canal de televisão. É como se vivesse uma série de TV que se repete todo dia.
O solteiro por sua vez é livre. Mesmo que o mundo não lhe pareça um inferno, ele procura o paraíso. Às vezes observando com atenção alguma colega de serviço, noutras sendo gentil com alguma desconhecida que conversa animadamente sobre axé-music – enquanto você tenta se concentrar em seu inexplicável e complexo trabalho. Por mais diligente você seja no trabalho ou família, é sempre agradável encontrar pessoas “descomplicadas”. Esse é o trunfo do solteiro: poder avaliar em maior número e criar sua própria concepção das complicadas. Quando encontra algo promissor, basta uma aliança para que todo o organismo liderado pela mente feminina passe a se complicar.
Mas há de se ter alguém. Um homem sem uma mulher para minar-lhe eventualmente algumas iniciativas é um totalitário. Domina o mundo ao seu redor com relativa facilidade. Normalmente são os moradores solitários das mansões e proprietário dos carros esporte pouco vistos.
Entre as possibilidades abertas a qualquer ser humano ao acordar e sua realidade há a escolha do dia anterior. Beber menos.
No meu caso, o primeiro item que vem emperrando meu desempenho é uma briga antiga com a alavanca de câmbio de minha Saveiro. Há meses percebo certa dificuldade ao engatar a 5ª marcha, e a partir de ontem a ré já não funcionava. Provavelmente perderei meu sábado para consertá-lo. Fica para depois uma série de itens:
Lavar roupa;
Concluir planilha de controle de estoque para a lanchonete;
Concluir planilha de custos operacionais da equipe de hot-dog;
Concluir pesquisa jurídico-militar pessoal e reservada;
Editar livro sobre comunicações no controle de tráfego;
Editar livro sobre conceitos operacionais militares de comunicação.

Graças a um mero trambulador.

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